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Hospital de pediatria da UFRJ renova sistema de informatização graças a emendas de deputado de Itaguaí

 

POR DANIEL BRUNET de O Globo

Quatro importantes setores do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), no Rio, ganharam R$ 921 mil em novos computadores. Com isso, foi renovado o sistema de informatização de 10 leitos de UTI, 54 leitos de enfermaria, 12 leitos de emergência e ambulatório, que recebem cerca de 400 pacientes por dia. O instituto, conhecido como Hospital de pediatria da UFRJ, fica na Cidade Universitária, na Ilha do Fundão.

A compra de novos computadores foi possível através da verba de emendas parlamentares apresentadas pelo deputado federal Alexandre Valle, e o dinheiro foi liberado pelo governo federal mês passado.

Com o novo sistema, será possível, segundo a direção do IPPMG, que o laboratório do hospital obtenha resultados em tempo real, melhorando assim o atendimento à população.

– A importância do recurso para o trabalho do Instituto é enorme, pois sobrevivemos com orçamento de R$ 621 mil por mês, bancando custeios, tendo dificuldade de obter orçamento em fonte para compra de bens permanentes – afirma o diretor do IPPMG, Edimilson Migowski.

Sem recursos, hospital universitário no Rio pode fechar na próxima quarta

O orçamento apertado das universidades federais do Rio de Janeiro tem efeito direto nos hospitais universitários do estado. O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), precisa de um repasse de R$ 4 milhões até a próxima quarta-feira (16) para não fechar as portas, conforme informou o diretor da unidade Fernando Ferry.

O hospital já fechou 106 leitos e não recebe novos pacientes. Segundo Ferry, a unidade precisa de R$ 6 milhões mensais para o funcionamento pleno. “O repasse atual gira em torno R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões por mês”, diz. Cerca de 3,8 mil pacientes com Aids estão em tratamento no Gaffrée e Guinle, que é referência nacional para casos de HIV. Entretanto, Ferry alertou que o atual financiamento não permite que a unidade continue a tratar casos de alta complexidade.

Após repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), a dívida do caiu de R$ 16 milhões para cerca de R$ 13 milhões. “O dinheiro chegando, eu consigo fazer as coisas funcionarem. Mas ainda estou devendo muito”, disse Ferry.

Na última quarta-feira (9), residentes, médicos e trabalhadores terceirizados do Gaffrée e Guinle fizeram uma manifestação em frente à unidade, na Tijuca, na zona norte do Rio. De acordo com a vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SINMED/RJ), Sara Padron, a manifestação foi para alertar à população os problemas enfrentados no hospital.

“O cenário é grave porque leitos podem ser fechados. O hospital como um todo está ameaçado porque as verbas são insuficientes. Onde que um país relega a segundo plano o saber? O saber voltado para o tratamento da população? Eu acho que o rumo da saúde pública neste país está muito ruim. A gente vai lutar contra o sucateamento da saúde”, criticou Sara.

A crise também afeta outros hospitais universitários no Rio de Janeiro. No último dia 27, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Pablo Vazquez, afirmou, em audiência pública, que os hospitais universitários do estado estavam à beira do fechamento.

Por meio de nota, o Ministério da Educação (MEC) informou que, por ser um hospital universitário federal, a unidade recebe recursos do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O dinheiro vem dos Ministérios da Educação e da Saúde. Por meio desse programa, em 2015, foram repassados, até o momento, R$ 5.254.189,76 ao Hospital Universitário Gaffrée e Guinle.

Agência Brasil

UFRJ pede ao governo R$ 140 milhões para a conclusão do semestre letivo

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) solicitou ao Ministério da Educação repasse emergencial de R$ 140 milhões para a conclusão do atual semestre, conforme documento aprovado por unanimidade em assembleia no Conselho Universitário da instituição.

 

Em 2014, a universidade deixou de receber R$ 70 milhões e, neste ano, voltou a sofrer cortes da mesma natureza. O conselho destaca que as restrições orçamentárias poderão levar à interrupção de aulas, de pesquisas, de serviços de limpeza e até de atendimentos hospitalares nos próximos meses.

 

O documento, divulgado pela universidade, diz que os cortes no orçamento do MEC, superiores a R$ 11 bilhões, repercutiram diretamente no custeio e nos investimentos em todas as universidades federais. No caso da UFRJ, em um ano, entre novembro de 2014 e novembro de 2015, a instituição perdeu R$ 140 milhões em razão dos cortes e contingenciamentos orçamentários. O déficit foi agravado pelo aumento da energia e pelo peso crescente do pagamento dos terceirizados, que somam, atualmente, cinco mil trabalhadores. Para efeito de comparação, em 2011 esse número correspondia 870.

 

A UFRJ informa que, para manter a regularidade das atividades acadêmicas, a reitoria vem estabelecendo medidas para reduzir as despesas de custeio, redimensionando serviços terceirizados, gastos com transportes e diárias, além de empreender ações para a redução do consumo de energia e também adiar obras em curso, mesmo que sejam de necessidades urgentes da instituição. Mesmo que todas essas ações reduzam parcialmente a dívida da instituição, estimada em R$ 310 milhões, elas não permitem a solução dos “graves problemas orçamentários da universidade”, de acordo com o texto.

 

Para que as contas emergenciais do segundo semestre deste ano sejam fechadas e que a transição para o próximo ano seja sem crises, são necessários R$ 140 milhões, de acordo com a universidade. O texto ressalta o comprometimento do MEC em solucionar o problema. Informa, no entanto, que a negociação da proposta pelo ministério possibilitará um repasse de apenas R$ 33 milhões. Com isso, a UFRJ terá déficit em 2015 de R$ 87 milhões. O valor pode crescer para R$ 107 milhões, já que o período acadêmico será concluído apenas em março, em razão da greve que durou cinco meses (de maio até outubro).

Nota do ministério

O Ministério da Educação informou, em nota, que liberou para a UFRJ, em 2015,  R$ 327 milhões para o custeio e R$ 31 milhões para despesas de capital. A nota acrescenta que, desde o início do ano, o ministério vem realizando reuniões com os reitores das universidades e com a direção da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). O objetivo das reuniões é  assegurar o funcionamento das instituições federais. A nota informa que o esforço do governo para resolver o problema permitiu a liberação de R$ 100 milhões adicionais para as universidades federais. Os critérios para distribuição deste valor foram negociados em conjunto com a Andifes. Deste montante, coube à UFRJ a suplementação de R$ 11,7 milhões.

 

O ministério diz ainda que continua trabalhando para atender às demandas apresentadas pelo conjunto das universidades federais, em consonância com a situação econômica do país.

EBC

UFRJ volta às aulas após greve de quatro meses

Professores e estudantes têm pela frente o desafio de repor dois meses de conteúdo em pouco mais de 30 dias

A reposição de aulas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) começou nesta segunda-feira em ritmo lento após quatro meses de greve. O início da paralisação de estudantes e funcionários foi em maio. Em junho, os professores aderiram e só interromperam o movimento no último dia 21. Os técnicos permanecem parados, o que prejudica toda a área administrativa da universidade.

 

Durante toda a manhã, o movimento de estudantes e professores no campus da Praia Vermelha ainda era pequeno. Eles terão o desafio de repor todo o conteúdo perdido em pouco mais de um mês de aulas.

A reposição de aulas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) começou nesta segunda-feira em ritmo lento após quatro meses de greve. O início da paralisação de estudantes e funcionários foi em maio. Em junho, os professores aderiram e só interromperam o movimento no último dia 21. Os técnicos permanecem parados, o que prejudica toda a área administrativa da universidade.

Durante toda a manhã, o movimento de estudantes e professores no campus da Praia Vermelha ainda era pequeno. Eles terão o desafio de repor todo o conteúdo perdido em pouco mais de um mês de aulas.

Entre os mais prejudicados, estão os estudantes de medicina que prestariam as provas da residência médica em julho. Estudantes que vieram de outras partes do estado e do país também sofrem com a interrupção das aulas. De Petrópolis, na Região Serrana, a aluna do sexto período de Fonoaudiologia Isis Seixas, 21 anos, conta que ia à faculdade sem aulas “por causa do estágio.”

 

Colegas de turma de Isis, Bianca Moreira, de 22 anos, e Natalia Moura, de 21, tiveram que pagar a república de estudantes, mesmo sem usar, para não perder a vaga. “Teve gente que ficou aqui no Rio, hospedados, por conta dos cursos de línguas, que são abertos à comunidade, e da iniciação científica”, relatou Bianca.

 

Os técnicos da UFRJ decidem hoje em assembleia se continuam em greve. Se continuarem, a reitoria garante que os alunos não serão prejudicados e que conseguirão fazer as matrículas para o próximo semestre. As aulas de reposição vão até 17 de outubro. O segundo semestre de 2016 será entre 26 de outubro e 18 de março de 2016.

 

A greve nacional das universidades federais foi causada por cortes no orçamento. Na UFRJ, a redução orçamentária interrompeu obras e atrapalhou a manutenção dos edifícios. A estimativa de déficit é de R$ 300 milhões.

 

Universidades do Rio entre as melhores

 

A Universidade Federal do Rio de Janeiro obteve o segundo lugar no ranking anual de universidades da Folha de S. Paulo. A lista ainda inclui mais duas instituições do Rio, a Universidade Federal Fluminense e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro entre as 15 primeiras do país.

 

A UFRJ só perdeu para a Universidade de São Paulo (USP), que também está bem cotada entre as 100 melhores do mundo, segundo o World Ranking Universities, nos Estados Unidos.

 

Com a classificação das três instituições do Rio, o estado mantém sua boa colocação no país, perdendo apenas para São Paulo. Os paulistas tem quatro instituições entre as 15 melhores brasileiras.

 

A UFRJ tem mantido seu bom posicionamento nos rankings internacionais. Em maio, ela subiu cinco posições no QS World University Ranking, passando da 8ª para a 4ª colocação na América Latina.

Fonte: O Dia

 

Servidores de nível técnico da UFRJ decidem continuar em greve

Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aprovaram hoje ontem em assembleia, a continuidade da greve na instituição. A paralisação, que começou no dia 29 de maio último, já tem mais de 90 dias.

Os servidores de nível técnico decidiram também intensificar a mobilização para pressionar o governo a atender a pauta de reivindicações da categoria. O reajuste de 21,3% parcelado em quatro anos, oferecido pelo governo, foi rejeitado na assembleia.

Em seguida, os servidores fizeram um apitaço nos corredores do Centro Tecnológico da instituição, na Cidade Universitária, na Ilha do Fundão.”Como não houve uma contraproposta do governo até agora, estamos tentando antecipar para amanhã (2) ou quinta-feira (3) um encontro que teríamos sexta-feira (4), em Brasília, com representantes do governo, disse o presidente do Sindicato dos Servidores da UFRJ, Francisco de Assis. Segundo Assis, nesse encontro, os rumos do movimento serão discutidos junto com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnicos Administrativos das Universidades Brasileiras.

Agência Brasil

Reitor e grevistas da UFRJ atacam professores que criticam paralisação

Docentes pedem ajuda do MEC contra greve e são chamados de interventores pela Reitoria

 

O Dia

 

Alunos há três meses sem aulas, novos estudantes com o risco de perder matrículas e, agora, professores impedidos de viajar a trabalho. A paralisação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) abriu uma guerra entre docentes que defendem o retorno das atividades e grevistas que contam com apoio da Reitoria.

 

O estopim do confronto ocorreu no último dia 20 quando 25 professores eméritos enviaram uma carta ao ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, pedindo providências do MEC para regularizar as atividades acadêmicas. Professor emérito é um título concedido aos pesquisadores que mais contribuíram com a história da instituição.

No documento, o grupo alega que o Comando Local de Greve dos técnicos-administrativos está regulando atividades dos docentes e chegou a impedir um colega de viajar para evento científico no exterior. Os professores dizem que a negativa representa uma interferência do sindicato na rotina de pesquisa.

Professor da Escola de Comunicação, Muniz Sodré é um dos que assinam a carta, “Eu respeito o trabalho do reitor, mas sou contra o comando de greve interferir em decisões acadêmicas. Temos que ponderar sobre o objetivo da paralisação”, diz, questionando a representatividade das decisões dos grevistas. A assembleia que optou pela manutenção da greve, na última terça-feira, contou com a presença de 400 dos 10 mil funcionários técnico-administrativos da UFRJ — um total de 4% da categoria.

Nesta sexta-feira, tanto o sindicato, quanto a reitoria atacaram a postura dos 25 eméritos. Por meio de nota, o reitor classificou a carta enviada ao MEC de pedido de “intervenção governamental na UFRJ”. Informou também que foram concedidos 77 pedidos de afastamento para atividades de docentes no exterior no período da greve, entre 28 de maio e esta sexta-feira.

Já o Sintufrj, que representa os grevistas, elogiou a posição da Reitoria de reconhecer a legitimidade da greve. “Ainda prevalece a falsa hierarquia entre o valor do trabalho de técnicos e docentes, privilegiando os últimos em detrimento de todos os segmentos da universidade”, afirmou.

Coordenador geral do sindicato, Francisco de Assis defendeu que os professores deveriam usar sua influência em favor das reivindicações dos grevistas. “Se assim fosse, a carta seria melhor aproveitada. Os docentes se acham qualificados, mas são desqualificados politicamente para enxergar que a nossa luta é em defesa da universidade”, atacou Assis.

Sem técnico e sem matrícula

A paralisação das aulas virou uma dor de cabeça para os alunos. É o caso do estudante de História da Arte Felipe Felizardo, de 28 anos, que perdeu a inscrição em uma Bienal de arte por não ter acesso ao número de sua matrícula. “Esqueci qual era o meu número e não há funcionário na Secretaria para me informar”, lamentou.

Apesar de as aulas estarem paralisadas desde maio, a reitoria acredita que, em até 4 semanas, dependendo do curso, será possível retomar o conteúdo perdido.

 

Fonte: O Dia

Professores da UFRJ encerram greve de 60 dias

Em assembleia realizada nesta sexta-feira, no campus da Praia Vermelha, os docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)  decidiram pelo encerramento da greve, que já durava 60 dias.

 

Pelo fim da paralisação votaram 255 professores. Outros 218 se posicionaram pela continuidade do movimento. Houve ainda duas abstenções.

 

O clima ficou tenso após o anúncio do resultado, quando um grupo de professores começou a gritar “vai ter piquete”.

Fonte: JB

Professores da UFRJ iniciam campanha exigindo posicionamento do Ministro da Educação

Agência Brasil

A fim de que o ministro assuma as funções do cargo, o comando local de greve dos professores da UFRJ iniciou essa semana a campanha #dialogaJanine. Neste final de semana, a campanha trará dois novos canais para dialogar com a população: um piquenique na Quinta da Boa Vista e uma timeline com a evolução dos cortes na Pátria Educadora.

Desde que assumiu o MEC, Renato Janine nunca conversou com trabalhadores e estudantes das IFES apesar da greve de dois meses. Todos os encontros feitos até agora foram com secretários do ministério. Os efeitos dos cortes na pasta da educação – que já paralisaram administrativamente universidades como a UFMG, UFJF e UFRJ – são tratados com desdém pelo governo, apesar do lema assumido em janeiro.

A crise na educação avança mais em agosto, quando o segundo semestre letivo deveria se iniciar. Apesar das tentativas de diálogo, Janine só se posiciona por redes sociais e nunca diretamente com professores, técnicos e estudantes do MEC. Na quarta-feira, Janine zombou dos protestos dos funcionários das universidades em Brasília e prometeu: “na próxima vez contrato uma banda melhor”.

Timeline

Uma semana depois de anunciar o lema pró-educação, o governo começava o contingenciamento do repasse de verbas que levou as universidades públicas à inviabilidade financeira e administrativa. A página ( cortesnaeducacao.org )organizada pelos professores da UFRJ mostra a evolução do desmonte das universidades públicas, a dança de cadeiras no MEC, os seguidos cortes e resistência de terceirizados, professores, servidores e alunos ao processo de sucateamento. A intenção é que a página sirva como material de pesquisa para entender os motivos da greve e as incongruências da Pátria Educadora.

Piquenique

Neste sábado, os professores organizaram um piquenique na Quinta da Boa Vista em frente ao Museu Nacional da UFRJ com distribuição de material como panfletos informativos, marcadores de livros e máscaras. O evento começou às 10 horas da manhã.

 

Professores da UFRJ aderem à greve das universidades federais

Agência Brasil

Os professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiram entrar em greve a partir da próxima terça-feira (23). A decisão foi tomada em assembleia da categoria, na tarde de hoje (19), quando cerca de 400 pessoas se reuniram na Escola de Música da UFRJ, segundo cálculo dos próprios professores. Com isso, eles se juntam aos funcionários e alunos da universidade, que já estavam em greve.

A vice-presidente da Associação dos Docentes da UFRJ (Adufrj), Luciana Boiteux, explicou os motivos que levaram os trabalhadores a aprovarem a greve. “O movimento docente nacional vem construindo uma pauta de reivindicações desde o início do ano. Basicamente são cinco pontos: a defesa da universidade pública gratuita, melhores condições de trabalho, reformulação da carreira, contra os cortes de verba para as universidades federais e valorização salarial de funcionários ativos e aposentados”, enumerou Luciana.

No dia 23 haverá reunião com representantes do Ministério da Educação (MEC), em Brasília, para discutir a situação nacional das universidades federais. A diretora do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Claudia March, disse que o movimento vai cobrar que o MEC “apresente qual é a posição do governo em relação à nossa pauta de reivindicações. Estamos há mais de um ano sem nenhuma resposta sobre esta pauta. A nossa expectativa é que consigamos algumas respostas. A greve está se ampliando e se fortalecendo em nível nacional”, disse Claudia.

Segundo ela, “a defesa do caráter público da universidade diz respeito a ser contra o corte de verbas e contra a contratação de organização social, que é forma de precarização do trabalho docente”.Quanto às condições se trabalho, ela mencionou a falta de salas de aula e a existência de empregados terceirizados, sem salários, além de o ministério impor normas que alteram a vida universitária quanto à gestão de pessoal e normas de progressão.

O sindicato também luta pela reestruturação do quadro de carreira, pela autonomia universitária e pela valorização salarial de docentes e aposentados”, disse a dirigente do Andes.

A deflagração da greve foi tomada em assembleia com quórum dividido. De acordo com as dirigentes sindicais, votaram a favor da greve 193 pessoas e contra a paralisação 167. A UFRJ foi procurada para se pronunciar sobre a deflagração da greve dos professores, mas não deu retorno até a edição desta matéria.

Na UFRJ, alunos trocam cadernos pela vassoura e ajudam na limpeza

‘Nós que recolhemos o lixo, mas a sala não vê uma boa limpeza há um ano’, conta aluno do curso de Comunicação

 

ANGÉLICA FERNANDES

Com funcionários da limpeza e segurança em greve, devido ao atraso de salários de suas empresas terceirizadas, a Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ decidiu ontem fechar as portas por uma semana. O mesmo problema se repete na Faculdade Nacional de Direito (FND), onde 3 mil alunos estão sem aulas desde sábado. A reitoria da Universidade alegou que o problema está no repasse mensal de verba do governo, que, desde o início do ano, tem sido inferior ao proposto para 2015.

 

A decisão de suspender as atividades na ECO, deixando 1.800 alunos sem aula, foi tomada após uma reunião extraordinária convocada pelo diretor Amaury Fernandes. “Tem sido uma luta insana nos últimos dois meses com essa situação. Funcionários estavam sobrecarregados para manter a escola aberta, mas chegamos ao nosso limite”, desabafou o diretor. Sem profissionais de segurança, as últimas semanas no campus da Praia Vermelha foram marcadas por diversos casos de violência. Na quarta-feira, um professor teve seu laptop furtado dentro de sala. Alunos também foram vítimas de outros roubos na unidade.

A crise na UFRJ se arrasta desde o início do ano. Na Escola de Comunicação, dos 16 profissionais de limpeza que atuavam no ano passado, apenas seis continuaram na função. A precariadade dos serviços se reflete n a má conservação de todas as salas de aula e banheiros. No espaço reservado ao Projeto de Educação Tutorial (PET), são os alunos que fazem a limpeza. “Nós que recolhemos o lixo, mas a sala não vê uma boa limpeza há um ano”, contou o aluno Carlos Eduardo Barros, de 22 anos.

 

Diante do impasse com os funcionários terceirizados, estudantes de algumas unidades da UFRJ estão se organizando para arrecadar alimentos. No Direito, há pedido de doações até pelas redes sociais. “Os funcionários não têm culpa desses problemas administrativos. O fato é que eles estão passando necessidade”, contou a aluna de Direito, Priscila Mesquita. Lá, não há previsão de retorno das aulas.

 

Colaborou Amanda Prado

Matéria do jornal O Dia