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Hoje é o último dia para as inscrições do Concurso Público da UERJ nível superior 2021

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Em 24 de junho de 2021 / Júlio Andrade

Rio de Janeiro – As inscrições do Concurso Público UERJ 2021 – Nível Superior terminam hoje, dia 24/06/2021 (quinta-feira), com último dia para pagamento em 25/06/2021 (sexta-feira), às 16h. Este prazo não será prorrogado!

Com vencimentos de R$ 5.200,00 e regime estatutário, este concurso é uma ótima oportunidade para garantir sua estabilidade. As vagas são para Analista de Tecnologia da Informação, Engenharia Civil e Engenharia Elétrica

Os Editais, Retificações e Regulamentos do certame estão disponíveis em: https://www.cepuerj.uerj.br/concursos2.php?concurso=E00100&ano=2021

Site: www.cepuerj.uerj.br.

Comissão de Educação da Alerj lança Manifesto em Defesa das Universidades Públicas Estaduais

Governos federal e estadual querem menos educação no Estado e sonham em “enterrar” o ensino superior no Rio

Um dia depois da sugestão da Secretaria do Tesouro Nacional para que o estado do Rio de Janeiro “reveja a oferta de ensino superior”, como uma forma de contribuir para a recuperação fiscal do estado, a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) lançou nesta quarta-feira (6), no plenário do Casa, um Manifesto em Defesa das Universidades Públicas Estaduais. O documento é assinado pelo presidente do Colegiado, deputado Comte Bittencourt, e mais 14 parlamentares.

“O Rio de Janeiro tem tradição na qualidade de seu Ensino Superior. Não podemos condenar o estado ao empobrecimento de conhecimento”, afirma o presidente do Colegiado, deputado Comte Bittencourt.

 

 

Parecer do Ministério da Fazenda sugere fim da Uerj

Parecer da Subsecretaria de Relações Financeiras Intergovernamentais, vinculado ao Ministério da Fazenda, e divulgado nesta terça-feira (5), sugere “a revisão da tarefa do ensino superior” — o que atinge diretamente a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) –, caso o Estado falhe em colocar em prática alguma das medidas de ajuste já acordadas no Regime de Recuperação do Rio de Janeiro. O documento não cita a Uerj, mas os técnicos do governo admitem que a universidade seria uma opção.

Um dos trechos do documento assinado por Ana Paula Vescovi, secretária do Tesouro Nacional, recomenda que o Rio adote cinco medidas adicionais para normalizar sua situação financeira, e assim “aumentar as suas chances de atingir o equilíbrio fiscal”. Sugere também “reforma do regime jurídico único de servidores” e “demissão de comissionados e servidores ativos”.

“Está muito claro isso, o único setor que é colocado em destaque é o ensino superior. É um ataque a universidade pública do estado do Rio por parte do nosso executivo. A secretária sugere essa revisão de tarefa do ensino superior que é um eufemismo para tentar acabar com a Uerj, a universidade, que mesmo sem recurso, é uma das melhores do país”, disse a professora do Instituto de Letras, Giovana Dealtry, completando: “Acabamos de voltar as aulas depois de todo esse período parado sem receber, e esse é tipo de ataque que a gente sofre. O nosso executivo decidiu que a educação é que o problema, a educação é que é cara. O que fazemos nos últimos dois anos é resistir, e vamos continuar resistindo”.

Entretanto, essas recomendações não precisam ser adotadas pelo governo do estado.

Em nota, professores e estudantes mobilizados pela hashtag #UerjResiste nas redes sociais, afirmaram que “quem acompanhou toda a tramitação do Acordo vai lembrar que o Governo Federal tem insistido em algumas dessas medidas, muito embora [Luiz Fernando] Pezão e [Michel] Temer não tenham conseguido apoio dos deputados para aprová-las. A novidade é que, pela primeira vez, o Governo Federal coloca no papel sua intenção de extinguir a Uerj e as demais universidades estaduais do Rio”.

Fonte: JB

Obrigar aluno da Uerj a trabalhar para o estado é inconstitucional, diz professor de Direito

Pezão afirmou que apresentará proposta em troca do ensino gratuito 

 

Cara de pau – A proposta do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, de exigir uma contrapartida aos alunos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) em troca do ensino gratuito, teve uma repercussão negativa. Em entrevista à CBN, Pezão defendeu a necessidade de “uma reforma estruturante em todas as universidades”. Para ele, o universitário que “estuda de graça” por anos tem como obrigação devolver alguma coisa para o estado.

De acordo com o mestre em Direito Constitucional Marco Antônio Ferreira Macedo, o projeto, que segundo o governador será proposto ainda em setembro, é inconstitucional. “Isso seria uma intervenção do governo na autonomia da Uerj. Essa lei seria inconstitucional a partir do momento em que fere a autonomia universitária”, diz Macedo.

Segundo ele, qualquer medida que exija algo que influencie na relação da universidade com o estudante cairia nesse mesmo argumento. “Cobrar matrícula, devolver parte do que você ganha após se formar para a universidade, todas essas propostas seriam inconstitucionais”, afirmou Marco Antônio, que também é professor de Direito Administrativo da UFF.

Fonte: JB

Opinião do blog: Esse tal “governador”, incapaz de cuidar da gestão estadual, além de maldoso é um ser mal informado. O ensino na UERJ sempre foi gratuito, mas, assim como todos os brasileiros, os pagamentos de impostos que no estado são cada vez mais abusivos, são feitos pelos universitários, quando há aumentos de passagens, impostos, gasolina e tantos outros abusos aplaudidos por esse incompetente gestor. Os universitários fazem parte das pessoas que pagam literalmente, pela corrupção, característica do instrutor de Pezão, o presidiário e ex governador Sérgio Cabral.

Uerj volta às aulas em meio a clima de insegurança

No 1º dia da retomada após mais de seis meses, aluna é furtada e docentes não sabem se vão receber

 

A saga da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) continua, apesar do retorno às aulas nesta segunda-feira (28). O sucateamento da universidade causado pelo corte no repasse de verbas do governo do estado é um problema enfrentado por estudantes, docentes e funcionários há meses. A insegurança nos campus é apenas mais um problema. Nesta manhã, uma estudante do 7º período do curso de direito foi furtada no interior do elevador.

A assessoria da Uerj informou que foi feito um registro interno de queixa de furto, mas que não foi possível identificar o suspeito. Além disso, a universidade orientou que a aluna também procure uma delegacia para registrar a ocorrência.

“Ao mesmo tempo que ficamos felizes em reencontrar os alunos, já que esse é o primeiro semestre de 2017, sabemos que é difícil ter expectativa de que teremos um semestre produtivo. O governo tem atacado a Uerj de forma que compromete o ensino, as condições já estão prejudicadas. Infelizmente, nós não temos expectativa de fazer o nosso trabalho do jeito que os estudantes merecem. É desestimulador para nós e para eles”, disse a presidente da Associação dos Docentes e professora de Sociologia da instituição, Lia Rocha.

Aulas

Esta segunda-feira é o primeiro dia de aulas de todo o ano de 2017. A retomada na Uerj nesta manhã acontece em meio a um clima de protestos. Está marcado um ato, com início às 16h, na Reitoria da Universidade.

“O governo [Luiz Fernando] Pezão segue sem atender o conjunto das nossas demandas. A reitoria, após consultar o Fórum de Diretores, mostrou mais uma vez como não está do lado da comunidade universitária ao ordenar uma volta às aulas sem nenhuma consulta aos organismos democráticos de professores, técnicos e estudantes e os conselhos universitários”, diz o evento do Facebook.

As críticas ocorrem em meio a dúvidas sobre a permanência das aulas e de cumprimento do calendário. Isso porque os professores, que decidiram na semana passada suspender a greve da categoria iniciada dia 1º de agosto, podem retomá-la a qualquer momento, ou seja, permanecem em estado de greve.

No site oficial da Uerj, uma nota à comunidade ressalta que a situação “não está normal”, lembrando a lista de reivindicações da instituição, como o pagamento de salários atrasados e retorno do restaurante universitário. “A despeito da permanência desse quadro de dificuldades, entendemos que é crucial o início das aulas, com a maior brevidade possível, em consideração aos nossos estudantes, àqueles que estão buscando a UERJ por meio do Vestibular/2018, e, em especial, em respeito à nossa missão e ao nosso compromisso perante a sociedade fluminense”, finaliza a nota.

Lia informa que está marcada para a próxima quarta-feira (30) nova paralisação, em que será feita uma nova assembleia e um ato em conjunto com docentes. Além disso, o líder do governo na Alerj, deputado Edson Albertassi (PMDB), se comprometeu na última reunião, a dar uma resposta nesta quarta-feira sobre a implementação da lei que atualiza o Plano de Carreira Docente, e retomar a negociação sobre a dedicação exclusiva. “Vamos reavaliar a situação, a partir do acordo de compromissos que o governo assumiu com a gente. Nós voltamos às aulas por causa desses compromissos assumidos. Mas se não houver avanço, podemos ter que retomar a greve”, completou Lia.

Pagamento

Os docentes ainda não receberam o 13º salário do ano passado e não têm garantia de que os próximos salários serão pagos em dia. Além disso, os professores substitutos não recebem desde janeiro deste ano, e o restaurante universitário permanece inativo.

No último dia 24, após reunião entre o secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social, Gustavo Tutuca, e o reitor da Uerj, Ruy Garcia Marques, ficou prometido o pagamento dos salários atrasados dos professores substitutos que passaram pela Universidade, e pelo Cap da Uerj, nos últimos meses.

De acordo com a secretaria, serão gastos cerca de R$ 350 mil para quitar a dívida. O objetivo é efetuar o pagamento ainda esta semana.

Tutuca prometeu, ainda, voltar a pagar as bolsas Prociência e Proatec a partir de setembro. O custo mensal das bolsas gira em torno de R$ 2,2 milhões. Já sobre as bolsas em atraso, a ideia é criar um calendário de pagamento para quitar a dívida.

 

Fonte: JB

Uerj volta às aulas após três meses, mas professores continuam em estado de greve

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) retomou suas atividades acadêmicas a partir desta segunda-feira (10), após quase 4 meses de paralisação. A decisão foi tomada em reunião feita na última sexta-feira (7) entre a reitoria e o Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas. Também retornaram às aulas os alunos do Colégio de Aplicação da Uerj (Cap-Uerj). As aulas são correspondentes ainda ao segundo semestre de 2016.  O reitor Ruy Garcia Marques explicou voltamos por respeito aos alunos e à sociedade.

“Na realidade teríamos que retornar no dia 17 de janeiro, porém, a situação estava impraticável. Todos os campus se encontravam sujos, sem manutenção e outros fatores. Porém, nesses três meses de negociação muita coisa evoluiu. Hoje o campus Maracanã, por exemplo, está limpo, com os elevadores funcionando, ainda que não na sua totalidade, e outros avanços. É preciso ressaltar que isso é o mínimo. Falta muitíssima coisa para se fazer,” disse.

Com relação aos alunos cotistas, o reitor explicou que  são 9.800 alunos cotistas, sendo 8 mil também bolsistas. A bolsa é um valor baixo, de R$ 450,00, mas que faz toda a diferença na vida deles. Hoje  soube a situação de uma aluna que mora na Região dos Lagos e estuda aqui no campus Maracanã. Ela está utilizando o valor da bolsa para pagar o aluguel de um apartamento próximo à Uerj. Sem essa bolsa como vai pagar o aluguel? É uma situação complicada”, lamentou. De acordo o reitor dos 12 elevadores nove estão funcionando e outros em manutenção.

 

O reitor Ruy Garcia Marques garantiu que todos os alunos que não receberam as bolsas, assim como os docentes que estão sem receber há três meses, não terão faltas caso não consigam comparecer. “Tem que haver compreensão e sensibilidade com o momento. Eu tranquilizo e garanto que nenhum deles receberá falta nessas circunstâncias”.

À tarde, a Associação de Docentes da Uerj (Asduerj), através de assembleia, decidiram continuar em estado de greve. Além dos salários de fevereiro, março e o 13º  atrasados, os docentes reclamam da falta de infraestrutura e limpeza nas unidades. No Campus João Lyra Filho, no Maracanã, zona norte, três dos 12 elevadores estão quebrados e a manutenção dos demais foi interrompida por falta de pagamento.

As aulas do 2º semestre foram remarcadas seis vezes pela reitoria devido à falta de condições básicas para o funcionamento dos campi da universidade.

A aluna de engenharia elétrica Laura Peres está confiante com retorno às aulas, uma vez que muitos professores não pretendem entrar em greve. “Além de que em breve o calendário de pagamento dos servidores deve sair. Com isso, eles ficam  mais seguros para trabalhar. Não há o que reclamar deles [professores]. São comprometidos demais e fazem de tudo para contornar esses problemas que o Estado enfrenta. É uma crise feia. E quando a crise atinge a educação, consequentemente, alcança outros níveis também, pois a educação é a base de tudo”, acrescentou.

Há 17 anos na Uerj, o professor de Física Vitor Lemes admitiu que esta crise é a pior desde que ingressou na instituição. Ele também enumerou as dificuldades que professores encontram dentro da universidade e não se mostrou muito confiante com o retorno. “Estamos sem o décimo terceiro salário, três meses atrasados com perspectiva de serem quatro. Vários professores e funcionários sem condição nenhuma de virem trabalhar, e as instalações sem condições de nos receber.”

Ao citar os problemas em sala de aula,  o professor disse que “falta papel, tinta e impressora, por exemplo, para aplicar uma prova. Como recomeçaremos desse jeito? Eu não sei a resposta. A situação é ridícula e a chance de greve acaba sendo muito grande por conta disso.” Agência Brasil.

Uerj adia volta às aulas pela quinta vez

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) adiou mais uma vez a volta às aulas. As atividades deveriam ter início na última segunda-feira (13), mas a instituição anunciou, em nota no site, que, no momento, não há possibilidade de receber a comunidade acadêmica, pois os campus ainda não têm condições básicas de funcionamento. Esta é a quinta vez que a universidade adia o retorno às atividades acadêmicas.

Em nota, a Uerj esclarece que diversas reuniões têm sido feitas para que se encontrem formas de que a Uerj possa funcionar. Participam desses encontros o Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas, os sub-reitores, os diretores dos centros setoriais, o novo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação, Pedro Fernandes, o governador Luiz Fernando Pezão e o Ministério Público. A Uerj tem sido afetada pela crise orçamentária do governo fluminense.

“A reitoria, juntamente com o Fórum de Diretores, reconhece a relevância do novo cenário de negociações que está em curso, pavimentando a construção de novos caminhos, visando a retomada integral das atividades acadêmicas na Uerj”, diz um trecho do comunicado.

A instituição ainda informou que o Fórum de Diretores está reunido em caráter permanente para acompanhar a concretização das negociações sinalizadas pelo governo do estado do Rio de Janeiro para a superação da crise que atinge a Uerj.

A instituição não estabeleceu uma nova data para início dos trabalhos, mas divulgou que a retomada deve ocorrer dois dias úteis após o restabelecimento das condições básicas para o funcionamento da universidade, já apresentadas pela reitoria à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), ao governador do estado e ao Ministério Público.

Entre as condições mínimas estabelecidas pela reitoria da Uerj para o retorno estão: calendário de repasses de verbas para a manutenção em geral, com previsão de repasse de cota financeira mensal; um plano de regularização dos pagamentos às empresas terceirizadas (manutenção, infraestrutura, limpeza, segurança, lixo e restaurante universitário) e calendário de pagamento de salários, incluindo o décimo terceiro, bolsas estudantis e demais modalidades.

Fonte: JB

Uerj: de referência ao sucateamento

Dias de glória para dias melancólicos

 

Quem assistiu Tom Jobim ser homenageado na Uerj em 1990 não imaginava que seu palco sofreria com um desmantelamento gradual, com risco de fechar as portas. A universidade que já formou três ministros do Supremo Tribunal Federal – Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Luis Roberto Barroso –, recebeu o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, e foi pioneira em diversos programas públicos, como a idealização do Sistema Único de Saúde (SUS) e o sistema de cotas, sofre com um grave processo de sucateamento, o pior em toda sua história, agravado pela crise financeira do estado.

É inegável a relevância nacional e até internacional da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que nasceu em 1950. Palco de debates políticos e resistência na ditadura civil-militar, formadora de saberes, entre eles muitos dos ministros de saúde de países africanos e latino americanos, altamente disputada em cursos de graduação e pós-graduação por candidatos do Rio e de todo Brasil, a Uerj é referência de qualidade em ensino público.

André Lázaro, professor de comunicação pela universidade, já foi diretor do departamento e sub-reitor de extensão e cultura, e conta emocionado sua experiência ao longo de 30 anos de Uerj. “A minha percepção é que, ao longo dos anos 1980 e 1990, a Uerj foi crescendo muito em qualidade, e organização interna, como instituição. Nós tivemos reitores com perfis políticos variados, e isso nunca interferiu na vida da instituição. Ela tem uma maturidade acadêmica e administrativa muito grande.”

André destaca que, a partir dos anos 1990, o governo começou a se distanciar da Uerj e implantar uma nova ideia de universidade financiada pelo setor privado. “O movimento do governo do estado foi na direção de fragilizar o corpo que dá vida a universidade. Desmontar a Uerj faz parte de uma lógica de fortalecimento do setor privado. Essa inclusão social e racial ao longo dos anos 2000 foi usada, no ambiente de opinião, para desvalorizar a instituição”, disse André, que defende que existe uma lógica de que “tudo que é público não presta” se fortalecendo no Brasil.

A Universidade Estadual do Rio foi pioneira no sistema de cotas e palco para idealização do SUS, além de oferecer, desde a sua concepção original, cursos noturnos, visando a adequação à carga horária do trabalhador.

“A universidade brasileira sempre foi altamente elitista. O curso de medicina da Uerj tinha mais de 50% das rendas familiares superiores a 10 salários mínimos. Quando você começa a pressionar por cotas e ações afirmativas, você se depara com uma resistência”, acrescentou.

Em artigo publicado no jornal O Globo no outro sábado (15), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso defendeu um modelo de financiamento privado para as universidades públicas nos moldes norte-americanos. O ministro se baseou na crise financeira na universidade para propor a privatização do ensino público superior.

“A crise da UERJ revela não apenas a falência do Estado do Rio, mas também de um modelo de financiamento da universidade do Brasil” afirmava o ministro. “Precisamos conceber uma universidade pública nos seus propósitos, mas autossuficiente no seu financiamento”, explicava Barroso, inspirado no modelo norte-americano, capaz de atrair filantropia e doações dos ex-alunos. “O orçamento público tem que ser, prioritariamente, para ensino fundamental é médio”, completou.

Para a professora de serviço social da Uerj, Tatiane Alves Baptista, diretora da coordenadoria de estudos estratégicos e desenvolvimento, a Uerj sofre um problema crônico que tem a ver com a forma de financiamento da universidade. Ela lembra que, embora a universidade tenha autonomia administrativa, o orçamento é anualmente aprovado, após apreciação e interferência dos deputados na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), e sanção ou veto do governador do estado.

“Dependendo das figuras políticas que ocupam esses lugares, a universidade vai melhor ou pior. Este é o primeiro aspecto que interfere nos ciclos da Uerj. Quando temos um político que reconhece a importância da universidade, o nosso orçamento é mais respeitado e tendemos ao crescimento. Quando temos uma situação contrária, a desvalorização começa a acontecer e os reflexos são os piores possíveis”, acrescentou.

A professora usa como exemplo as universidades estaduais de São Paulo, como USP, Unesp e Unicamp, que utilizam há mais de 30 anos o sistema de autonomia de gestão fiscal. “Se você falar em são Paulo sobre a possibilidade de o governo fechar a USP, as pessoas vão te olhar como se você fosse maluco, porque foi implantado um modelo de gestão que fez com que a universidade fosse vista como um bem publico do estado”, comenta Tatiane, que aponta para a necessidade de haver um tempo de maturação para os projetos da universidade, e para alunos ingressos e egressos.

“Os alunos que entram agora só se formam daqui a quatro anos. Ai entra o risco em manter a qualidade do estudo para esses alunos considerando esses ziguezagues de gestão do orçamento. É a instituição que deve definir o quanto ela precisa para gerir e não um ente externo que muitas vezes não entende a natureza e as peculiaridades dessa instituição.”

Dívida e Protestos

Diante do rombo nas contas da universidade, Ruy Garcia Marques, reitor da Uerj, confirma a possibilidade de a universidade parar caso não haja a regularização dos repasses. “Não sabemos dizer se aguentamos mais 15 dias, um mês, seis meses ou um ano. Não acredito que o estado do Rio dê as costas para essa escola de excelência.”

“É como pegar um próprio filho e sacrificar, é como dizer não para o futuro”, emocionou-se a professora Tatiane.

Em meio à possibilidade de paralisação, centenas de professores, estudantes e funcionários da instituição reúnem-se em protestos em defesa da universidade. Eles reivindicavam o pagamento dos salários, bolsas e recursos para os 41.925 alunos afetados pela conjuntura.

Ao acessar o site “Uerj Viva”, a primeira impressão é de que o portal se dedica à arrecadação de dinheiro para a Universidade, já que logo de início encontra-se a descrição: “Financie sua mobilização”. No entanto, a iniciativa pretende conscientizar a população sobre a dimensão da crise financeira da universidade.

A “vaquinha” não recebe contribuições, e mostra que, para manter a faculdade funcionando, seria preciso 10 mil doadores bancando R$ 9 mil por mês. A ideia é reforçar que mesmo com ajuda voluntária a Uerj não conseguiria sair da crise. O portal incentiva as mobilizações em defesa da instituição, e pede para que haja uma pressão ao governo, para que este tome providências.

“Algumas pessoas pensam que é só juntar dinheiro e resolver o problema. Esse tipo de ação voluntária não funciona não só para a Uerj, como para diversas universidade do mundo. Mesmo os sistemas norte-americanos recebem financiamento do estado. A proposta do site é mostrar a dimensão do problema. A Uerj tem hoje 66 anos, imagina quantas pessoas ela já formou? Qual o tamanho do impacto social que ela tem?”, questiona o professor de letras da Uerj, a frente do movimento Uerj Resiste, René Forster.

O déficit nas contas da instituição é preocupante. O orçamento da universidade em 2016 previa gastos de 1,1 bilhão de reais, mas 35% desse valor não foi repassado e agora a dívida está em R$ 360 milhões, o que envolve fornecedores, custeio, manutenção, limpeza, servidores e bolsistas. Só em pessoal, estão pendentes pagamentos na ordem de R$ 212,4 milhões, que representam 18,9% do orçamento total.

Os servidores não receberam o salário de dezembro nem o 13º, o refeitório universitário foi fechado com uma dívida de R$ 2 milhões referente a 8 meses, e as bolsas de R$ 400 para os 9 mil alunos de baixa renda foram cortadas. Os 65 programas de pesquisa sediados na instituição não viram nada dos R$ 32 milhões que deveriam ter sido repassados no último ano. Nos campi da universidade, as condições são péssimas: a falta de higiene, coleta de lixo e vigilância, entre outros, geram ambientes sujos, acúmulo de lixo e insegurança. Sem recursos, a Uerj também sofre com redução de leitos no Hospital Pedro Ernesto (HUPE). Dos mais de 500 leitos, apenas 92 estão disponíveis para pacientes, o que tem prejudicado aulas práticas e o atendimento à comunidade.

“Além da violência contra a atividade de ensino e pesquisa, tem também um desprezo para com as famílias, para com o cidadão que é usuário desse serviço. O Hospital Pedro Ernesto realiza procedimentos que só ele realiza. Isso significa que, no Rio, essas pessoas que dependem desses procedimentos podem morrer. A insensibilidade do governo não é só com estudantes e técnicos, é com a população diretamente”, enfatizou a professora.

Além das dívidas a saldar, o segundo semestre letivo de 2016 não aconteceu por conta da crise e de uma extensa greve. O reinício das aulas, que foi adiado pela terceira vez nesta sexta-feira (27), está previsto para o próximo dia 6 de fevereiro, mas sem garantia. A reitoria afirma que o custeio mínimo mensal da Uerj para que as atividades funcionem precariamente, sem incluir o Hupe é de R$ 15 milhões por mês.

“Eu nunca tinha visto um governo desrespeitar de uma maneira tão solene uma instituição desse porte, sem abertura nenhuma para o diálogo. Como o ciclo da economia do estado do Rio não é estável, o governo é obrigado a implantar medidas mais duras de ajustes fiscais e, no entendimento equivocado dele, a universidade não está no hall de prioridades. Não fomos nós que produzimos essa crise, pelo contrário, nós prestamos o nosso trabalho com excelência, para hoje recebermos isso em troca”, frisou Tatiane.

* Do projeto de estágio do JB

 

Professores e alunos protestam no primeiro dia de greve da Uerj

Servidores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) iniciaram ontem (7), uma greve para reivindicar aumento salarial e protestar contra cortes orçamentários. Para marcar o início da paralisação, professores e funcionários técnico-administrativos da Uerj fizeram uma manifestação em frente ao principal campus da instituição, no Maracanã, na zona norte da cidade.

Entre as reivindicações dos servidores estão um reajuste salarial de 30%, o fim da terceirização de funcionários, regularização do pagamento de bolsas e salários, além do arquivamento de processos abertos em 2012 contra sindicalistas e estudantes.

A reitoria da Uerj informou que respeita as manifestações dos servidores e aposta no diálogo. Para a universidade, a greve expõe problemas registrados em 2015 e que se estendem por este ano. Reconhece dificuldades como atrasos nos pagamentos de salários, bolsas e contratos, que geram problemas na limpeza, segurança, alimentação e manutenção.

Desde o ano passado funcionários terceirizados estão com salários atrasados e ainda não receberam o décimo terceiro.

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De acordo com a Uerj, somente em 2016 o estado repassou R$ 173 milhões à instituição, dos quais R$ 118 milhões para quitar valores empenhados em 2015.

Em nota, o governo do estado afirmou que a educação é prioridade e que “professores e técnicos da Uerj têm sido valorizados com compromisso e responsabilidade”. No documento, o governo citou reajuste de 103% desde janeiro de 2010, o que os servidores contestam. “Não temos reajuste desde 2001”, rebateu o diretor da Associação de Docentes, Fábio Iório. Segundo ele, as perdas chegam a 104%.

Na nota, o governo estadual informou que “qualquer novo reajuste salarial depende da [ampliação da] arrecadação do Estado”. “Novos pagamentos serão realizados o mais rapidamente possível, dependendo da disponibilidade de recursos em caixa.”

“Nosso último reajuste foi em 2010, dividido em um ano. Ou seja, levou um ano para pagar um valor que não chegava a 2% ao mês”, acrescentou o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio de Janeiro, Antonio Virgínio Fernandes.

Os servidores estão analisando quais atividades essenciais deverão ser mantidas no período de greve, incluindo o atendimento no Hospital Universitário Pedro Ernesto e na Policlínica Piquet Carneiro, ambas na zona norte da cidade do Rio.

Fotos: Jornal Extra

Fonte: JB

UERJ abre Concursos com vagas para Técnicos Universitários

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) vai preencher mais de 15 vagas no cargo de Técnico Universitário/ Superior e Universitário/ Categoria I, por meio de Concursos Públicos.

 

Há oportunidades para atuação em jornadas semanais de 40 horas, nos perfis de Médico/ Cirurgia Plástica (3 vagas); Gestor de Políticas Científicas e Pesquisa (14 vagas); e Assistente de Laboratório nas áreas de Biotério (6 vagas); Microscopia Eletrônica (1 vaga); Geoprocessamento (4 vagas); e Geociências (5 vagas).

 

Os interessados nestas funções devem se inscrever de 5 de agosto de 2015 ao dia 3 de setembro de 2015, por meio do site http://www.concursos.srh.uerj.br.

 

Também é possível efetuar a inscrição de forma presencial, na Rua São Francisco Xavier, nº 524, 1º Andar, sala 3, Bloco E, Maracanã – RJ, das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira, em dias úteis.

Professores, alunos e funcionários dão abraço simbólico em defesa da Uerj

Professores, alunos e funcionários deram um abraço simbólico na última quarta na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), no campus Maracanã, zona norte do Rio. Durante o ato, convocado pelo movimento Somos Todos Uerj, cerca de 500 manifestantes exibiram cartazes, faixas e balões brancos, e todos, de mãos dadas, cantaram o Hino Nacional em defesa da universidade e em favor de formas democráticas contra qualquer prática de violência.

A organizadora do ato, professora de educação física Tatiane Alves, disse que o abraço nasceu de um “sentimento coletivo de tristeza e indignação dos três segmentos da Uerj, acerca da depredação do patrimônio e da agressão aos colegas”.

A aluna de direito da Uerj Elizete Oliveira da Conceição avaliou como positivo o abraço à universidade. “Eu trabalho em um projeto social, com mais de 2 mil alunos que saem de comunidades carentes e que pela Uerj tornam-se profissionais. Então, a universidade deve ser valorizada”, ressaltou.

Simultaneamente ao abraço, um grupo de estudantes fazia manifestação contra a reitoria. O aluno de história Deivid Gomes disse que o grupo político, autodenominado Somos Todos Uerj, é ligado ao reitor Ricardo Vieiralves. “Eles estão se colocando agora como os grandes salvadores da crise que a Uerj está passando, quando, na verdade, são eles próprios que levaram a universidade a esta crise”, acusou.

Tatiane, integrante do movimento, rebateu dizendo o movimento não é sindical nem da reitoria, mas um movimento da comunidade. Segundo ela, “as pessoas são livres para pensar o que quiserem, mas seria bom buscar se informar. O Somos Todos Uerj é a voz da comunidade uerjiana”.

Gomes rebateu que o objetivo da intervenção era denunciar tudo que está acontecendo. No seu entender – e dos integrantes dos centros acadêmicos dos cursos – o ato de hoje “é o início da eleição da reitoria, marcada para o segundo semestre deste ano. Então, já estão tentando criar este movimento forte para emplacar o candidato deles”.

Na quinta-feira (28), durante assembleia que acontecia no campus Maracanã, alunos e pessoas que protestavam contra a demolição de imóveis na Favela Metrô-Mangueira, na zona norte da cidade, promoveram quebra-quebra na Uerj.

A Polícia Civil identificou 12 suspeitos de envolvimento com a depredação do prédio principal. A investigação está a cargo da Delegacia de Polícia da Praça da Bandeira, que instaurou inquérito para apurar o caso. A reitoria avaliou os prejuízos em R$ 100 mil.

Fonte: Agência Brasil