Por 11 votos contra 6, denúncia de nepotismo de prefeito, vice prefeito e outros terá prosseguimento
A Câmara Municipal de Itaguaí em sessão extraordinária realizada hoje 03/01, aprovou por 11 votos a 6 a continuidade da Comissão Especial Processante (CEP 004/19), que investiga casos de nepotismo na prefeitura de Itaguaí. O prefeito Carlo Busatto Júnior, o Charlinho (MDB), o vice prefeito Abelardinho Goulart e outros envolvidos estão sendo investigados após denúncia da moradora e servidora Hellen Senna.
Dezenas de pessoas receberam cargos tendo parentesco com o prefeito, vice prefeito, vereadores e outras dezenas de servidores com cargos de nomeação na prefeitura. Alguns casos são bem conhecidos como o da mulher de Charlinho Andreia Busatto que é secretária de educação e a filha do vice prefeito secretária de esportes.
Antes do começo da sessão os suplentes a vereador Juninho Assis, Ronei Reis, Josimar do Cartório e Valtinho Almeida tomaram posse. Eles substituiram outros vereadores que são reús ou tem parentesco com algum dos acusados nessa CEP e portanto não podem votar e participar da sessão.
Os vereadores impedidos de participar foram Haroldo Jesus (PSDB), Reinaldo do Frigorífico (PR) e Fabinho por serem citados no processo. O vereador Waldemar Ávila (PHS) se declarou impedido de participar da votação por ter parentesco com outro citado no processo, o vice prefeito Abelardinho, que é seu cunhado. Waldemar já havia declarado ser a favor das investigações e se pudesse votar seria para que todos os envolvidos fossem investigados.
A CEP em primeiro momento ouviu os acusados que tiveram a oportunidade de manifestação de sua defesa e à partir daí o relator se embasou para opinar pelo prosseguimento ou não da denúncia. O relator da CEP, o vereador Gil Torres (podemos) opinou pela continuidade das investigações, sendo acompanhado por 11 vereadores. Outros 6 foram contrários as investigações contra o prefeito e os demais.
A votação aconteceu de forma nominal a pedido do vereador Ivanzinho (PSB). Votaram à favor da investigação da denúncia os vereadores Willian Cezar (PSB), Genildo Gandra (PDT), André Amorim (PR), Noel Pedrosa (Avante), Gil Torres (Podemos), Vinicius Alves (PRB), Jocimar do Cartório (PHS), Valtinho Almeida (Podemos), Ivanzinho (PSB) e Juninho Assis (PSDB). E votaram contra o prosseguimento da investigação os vereadores Carlos Kifer (PP), Robertinho (MDB), Nisan Cesar (PSD), Minoru Fukamati (PSD), Sandro da Hermínio (Avante) e Júnior do Sítio (PV).
A Comissão Especial Processante é formada pelos vereadores:
– Presidente vereador Willian Cezar, relator vereador Gil Torres e membro o vereador Robertinho.
A Comissão irá agora colher os depoimentos das testemunhas arroladas pela defesa dos acusados e convocá-las a medida que achar necessário.
A próxima sessão pode culminar com a cassação do mandato do prefeito, vice prefeito e dos vereadores citados. Para que isso ocorra serão necessários 12 votos segundo o Regimento Interno da Câmara, ou seja, mais um voto se comparado a sessão de hoje.
Mais um caso que investiga irregularidades de Charlinho
Esta é a quarta Comissão Especial Processante e visa apurar denúncias de casos de nepotismo no Poder Executivo. A denúncia lida continha informações detalhadas como nome dos envolvidos, relações de parentesco, nomeações, exonerações e vencimentos. Nas 213 páginas da denúncia são citados mais de 60 envolvidos com relações de parentescos, entre elas o Prefeito Carlo Busatto Júnior (MDB), o vice prefeito Abelardinho (PDT), secretários municipais e vereadores.
A denúncia aponta que os custos aos cofres públicos dos vencimentos dos familiares nomeados chegam a mais de meio milhão de reais ao mês totalizando quase 7 milhões de reais ao ano. O documento cita obras públicas paradas que poderiam ser concluídas com o montante gasto para o pagamento de vencimentos de familiares dos denunciados. Por fim a denúncia pede a cassação do mandato do prefeito, do vice prefeito e dos vereadores envolvidos, além de encaminhamento da folha de pagamento da Prefeitura Municipal de Itaguaí para perícia do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ).