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Após 12° corpo encontrado se encerram as buscas por vítimas do naufrágio em Itaguaí

Buscas por vítimas do naufrágio em Itaguaí são encerradas após 12º corpo ser resgatado

A Marinha informou que foi encontrado o último desaparecido do naufrágio de duas embarcações em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio. No total, 12 pessoas morreram. O corpo da última vítima que estava desaparecida foi encontrado no início da tarde desta segunda-feira nas proximidades da Reserva Ecológica Sahy, na área da Baía de Sepetiba, cerca de 23 quilômetros distante da embarcação “Lucas Mar”.

Segundo a Marinha, uma embarcação que trafegava na região avistou o desaparecido na superfície do mar e informou. A DelItacuruçá imediatamente enviou duas equipes de buscas ao local.

Todos os 21 passageiros das embarcações “Lucas Mar” e “Milemar” foram resgatados, nove com vida e doze vítimas fatais. O naufrágio aconteceu na madrugada do dia 8 de junho, na região da Laminha, na Baía de Sepetiba.

Mais cedo foram resgatados duas vítimas do naufrágio. Pela manhã, o corpo de Jioão Gomes da Silva foi encontrado depois de um alerta dado por pescadores. As buscas foram retomadas às 6h30m.

A Delegacia da Capitania dos Portos em Itacuruçá foi acionada por pescadores sobre a presença de um corpo nas proximidades da Praia de Muriqui e encontraram João Gomes da Silva.

Em nota, a Marinha informou que as causas da ocorrência e as responsabilidades dos envolvidos serão apuradas em inquérito já instaurado pela Marinha.

Fonte: Jornal Extra

Bombeiros confirmam mais um morto em acidente entre embarcações em Itaguaí

Bombeiros informaram que são sete os mortos e cinco vítimas são consideradas desaparecidas. Na sexta-feira, nove pessoas foram resgatadas com vida.

 

G1 – Bombeiros confirmaram, por volta das 17h45 deste sábado (9), que foi encontrado mais um corpo de vítima do acidente entre duas embarcações na madrugada de sexta-feira (8), na Baía de Sepetiba (RJ), em frente ao Porto de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio.

 

Agora, são sete os mortos nos naufrágios e cinco pessoas permanecem desaparecidas. As buscas neste sábado foram encerradas e serão retomadas às 6h de domingo (10).

 

Ainda nesta tarde, pescadores que auxiliaram nas buscas conduzidas pelo Corpo de Bombeiros encontraram a Lucas Mar, 2ª embarcação envolvida no acidente. A Milemar foi encontrada já na sexta-feira.

Fora os mortos e desaparecidos, nove pessoas foram salvas ainda na sexta. Na tarde deste sábado (9), um grupo de pescadores que auxilia no resgate de vítimas encontrou, com uma âncora, a Lucas Mar, afundada a 6,5 km do píer.

 

O acidente

As embarcações de pescadores naufragaram por volta da 0h20 de sexta-feira. A Marinha e o Corpo de Bombeiros confirmaram, no dia, que seis pessoas morreram no acidente. Sobreviventes relataram que chovia e ventava muito no momento do desastre.

 

Pela manhã de sexta, quatro corpos haviam sido encontrados. À tarde, outros dois foram retirados do mar: um por volta das 13h45 e outro às 16h.

 

O Corpo de Bombeiros suspendeu as buscas aos desaparecidos por volta das 18h e retomou neste sábado, às 6h.

 

A Marinha informou ter reforçado as equipes e equipamentos: uma aeronave, o navio patrulha Iguaporé, quatro embarcações da delegacia de Itacuruçá e seis equipes de mergulhadores.

 

Antes, havia diferenças nos números divulgados pela Marinha e pelo Corpo de Bombeiros . Além dos seis mortos, segundo os militares, dez pessoas foram socorridas com vida e cinco seguiam desaparecidas.

 

Relatos dos familiares

Desde a madrugada, o telefone de Aldo Barbosa não para de tocar. Com 40 anos de pesca, ele descobriu que o filho Lucas Barbosa estava entre os desaparecidos depois de receber ligações de várias pessoas falando do naufrágio. A esposa de Aldo afirmou que estranhou o filho não ter passado um rádio para ela na noite de ontem.

“Ela tentou várias vezes. Quando ela me contou, senti uma pressão no peito. Eu fui para o cais e nada”, afirmou Aldo.

Parentes do ex-paraquedista do Exército Pablo Lessa Santos contaram que ele tinha o hobby de sair para pescar com o grupo que estava em um dos barcos que naufragou. Segundo a Marinha, 22 pessoas estavam nas duas embarcações no momento do naufrágio.

 

Vandendergue de Sousa Arizoa, cunhado de Pablo, chama a atenção para o fato de que ele tem uma tatuagem com um paraquedas e um brevê nas costas.

 

“Esse grupo está acostumado a fazer isso junto. Ele já pescou várias vezes à noite. A mochila foi encontrada e ele nada bem. A nossa esperança é que ele tenha tido tempo para nadar para um local”, explicou o cunhado, que mostrou os pertences encontrados.

 

Sônia Lessa dos Santos, mãe de Pablo, espera encontrar o filho bem. “Eu estava em casa e a esposa de um dos sobreviventes foi avisar de manhã.”

 

Desde o começo da manhã, Rosimeri Amaral busca informações sobre o cunhado, Neilton de Souza, de 57 anos. Segundo a família, pescar era uma rotina dele.

 

“Viemos de Nova Iguaçu, um amigo que estava junto e sobreviveu avisou para o meu filho. Ele contou que foi muito rápido, um vendaval e não deu tempo de nada, com uma chuva de granizo”, explicou Rosimeri.

Aém de Pablo, Neilton e Lucas, também está desaparecido João Gomes da Silva. Ainda não havia, até o fim das buscas de sexta, as identificações de outras pessoas perdidas no mar.

 

Lista de desaparecidos

Pablo Lessa Santos

Neilton de Souza

Lucas Barbosa

João Gomes da Silva

Fonte: G1

Buscas a desaparecidos no naufrágio em Itaguaí continuam

O Comando do 1º Distrito Naval informou que a Delegacia da Capitania dos Portos em Itacuruçá (DelItacuruçá), distrito de Mangaratiba, na Costa Verde do Rio de Janeiro, continua com as buscas aos seis desaparecidos no naufrágio de dois pesqueiros na madrugada desta sexta-feira (8), na Baia de Sepetiba, na Ilha da Madeira, em Itaguaí.

Segundo nota da Marinha do Brasil, até o momento, das 21 pessoas que estavam a bordo, foram encontradas 15, entre as quais, as seis vítimas do acidente. Somente a embarcação Milemar (Guto 1) foi localizada. Ainda não há informação sobre o outro pesqueiro Lucas Mar.

A Marinha se solidarizou com as famílias das vítimas e informou que permanecerá com a operação de buscas. Foram enviadas para a região do naufrágio cinco embarcações, uma aeronave, uma embarcação de desembarque de carga geral e mergulhadores. Além disso, o navio patrulha Guaporé foi deslocado para auxiliar nos resgates que contam com a participação do Corpo de Bombeiros, que também enviou embarcações para lá.

Segundo a Marinha, que instaurou um inquérito para apurar o acidente, as causas e as responsabilidades dos envolvidos serão apuradas.

O Corpo de Bombeiros informou que interrompeu, nesta sexta-feira, às 18h, a operação de resgate de tripulantes dos pesqueiros. As buscas serão retomadas neste sábado pela manhã.

Polícia é chamada para tirar barracas de dentro de escola em protesto na Ilha da Madeira

Pais cumprem ato civil em protesto por falta de transporte escolar para seus filhos

Segundo o Movimento Unificado dos Servidores Públicos de Itaguaí, Muspi, a diretora da E.M Elmo Batista Coelho, localizada na Ilha da Madeira em Itaguaí, acionou a polícia para retirar barracas de camping que serviam de acampamento para os país de alunos que fazem protesto há pelo menos duas semanas, pela falta de transporte escolar marítimo para seus filhos. Segundo a publicação do movimento hoje ela manhã a diretora do local criou uma rifa no valor de 300 reais, para que os pais arrecadassem dinheiro para que se realizasse a formatura do 5° ano escolar., algo que revoltou muitos. Já na parte da tarde, ela teria acionado a polícia para que fossem retiradas algumas barracas do interior do colégio.

 

Os responsáveis de alunos e os vereadores André Amorim e Willian Cezar prometeram tomar providências legais quanto ao fato. Os legisladores inclusive, já protocolaram junto a OAB solicitação para que providências fossem tomadas.

 

 

O blog Boca no Trombone Itaguaí entrou em contato com a prefeitura de Itaguaí e estamos no aguardo de retorno sobre o caso.

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Proteto foi devido a falta de transporte marítimo escolar

Pais de alunos realizaram hoje pela manhã (27/04), uma manifestação em frente a entrada do Porto de Itaguaí. A reivindicação deles é pelo retorno do transporte marítimo escolar, que levavam seus filhos das ilhas onde residem até a escola mais próxima. O governo após várias promessas, ainda não resolveu tal questão e já deu diversas datas para que tudo se normalizasse, mas até agora nenhuma das promessas feita aos pais foram cumpridas.

 

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Corpo de um homem é resgatado do mar da Ilha da Madeira

Moradores avistaram e bombeiros retiraram o cadáver no final da manhã de ontem 24

Bombeiros retiraram do mar da Ilha da Madeira em Itaguaí no final da manhã de ontem quarta-feira 24, o corpo de um homem que boiava no local. Alguns moradores assim que avistaram o cadáver acionaram o corpo de bombeiros.

O corpo é de um homem que aparenta ter entre 25 a 35 anos. As tatuagens podem ajudar na identificação. Há relatos de que a família já foi encontrada, no entanto ainda não foi divulgado o nome da vítima. A divisão de homicídios está investigando o caso.

Moradores denunciam esgoto a céu aberto desaguando na praia da Ilha da Madeira em Itaguaí

Moradores relataram em vídeo o grave problema ambiental e turístico enfrentado por eles e pelos turistas que frequentam a Ilha da Madeira em Itaguaí.

Um deles, relata que faz o serviço de Taxi Boat e que seu trabalho tem sido prejudicado pela poluição do mar e pelos problemas ocasionados pelo esgoto, o que afugenta turistas.

No vídeo, uma vala de lixo e esgoto correndo a céu aberto direto para o mar mostra o que a praia tem sofrido por anos de descasos de vários governos. O local, um dos pontos turísticos de Itaguaí, se assemelha hoje a um mangue em diversos pontos. A pesca tem sido cada vez mais afetada e a saúde dos moradores está cada dia correndo maiores riscos.

Em outra imagem, o esgoto vaza pelo bueiro de uma das ruas.

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A cidade de Itaguaí ao longo dos anos, tem perdido suas praias, em Coroa Grande e na Ilha da Madeira, por total descaso daqueles que deveriam cuidar desses patrimônios da cidade.

Viagem à Ilha da Madeira Por Luís Bomfim

De repente, nesta manhã de sábado, 8:30h horário de Brasília, lá estava eu em um ponto qualquer da cidade a espera de um transporte que me levaria a um “passeio” na Ilha da Madeira.  Pensei cá comigo, que hoje poderia ter sido um dia em que dormiria até mais tarde, não tivesse assumido esse compromisso. Mas estava bem, afinal ai fazer uma viagem a um lugar lindo e bucólico que há muitos anos não visitava, muito antes do BNDES ter transformado o sonho do Eike Batista em quase realidade de ser o homem mais rico do mundo. Eu continuava ali esperando o transporte que não vinha e vendo outros transportes e as horas passando.
O que mais me motivava e não me deixava sentir pena de mim mesmo, por ter mais uma vez acordado tão cedo, era o fato e a certeza que estaria ao lado de pessoas agradabilíssimas e que eu gosto muito de há tempos e outras que estou aprendendo a gostar, num exercício diário de amizade e amor. Isso já era suficiente para me dar prazer na espera, que era cada vez maior.
Enquanto e esperava o pensamento voava por lugares e tempos distantes, e numa dessas “viagens” fui parar em uma cidade muito longe daqui, eu, um jovem, quase adolescente, numa terra distante, de língua estranha, aliás, muitas línguas estranhas, pois além do país de língua estranha eu convivia dentro de uma cidade universitária onde era possível se ouvir todas as línguas e grande parte de dialetos do mundo. Ali estava eu, quando de repente bateram em minha porta e veio um convite para ouvir uma palestra que se iniciaria dentro de instantes no auditório da nossa faculdade. O convidado palestrante era da Ilha da Madeira. Um ilustre senhor que eu desde minha infância aprendera a admirar. Era um desses meus heróis que permearam minha infância e que nunca morreriam de overdose, nem eu. Bem, eu talvez de coma alcoólica comemorando a vida e o amor, quem sabe! Era um sábado também, e ele tinha vindo de tão distante para dar a palestra e se fazer conhecer também por outras gentes, já que era impossível andar livremente em seu país. Vibrei diante de tal possibilidade, tomei meu banho matinal e me pus a caminho com o amigo que viera me chamar. O convidado, nascido na Ilha da Madeira, era Álvaro Cunhal, um senhor, na época, já com mais de 50 anos, quem sabe beirando os 60, mas que até ali tinha história de gente grande e de luta pela liberdade para contar. A satisfação de conhecer pessoalmente tão ilustre figura era acompanhada da alegria de poder novamente ouvir alguém falando nosso idioma na língua dos nossos colonizadores. Digo língua pra não dizer sotaque, que segundo um humorista lá de Trás os Montes, se indignava, dizendo que eles nos deram a língua e nós dizíamos que eles é que tinham sotaque. Mas isso é outra história.
Minha alegria de poder ouvir aquele grande vulto da história moderna falando em meu idioma (que na época ainda não era chamado de brasileiro) foi logo desfeita, porque quando o meu grande ídolo começou a falar eu pensei que tinha desaprendido por completo o Português, pois não entendia nada do que ele falava, era, como ouvi mais tarde de um amigo patrício lá da “terrinha”, um “raio de língua que eu entendia mas não compreendia nada”.  Foram 10 minutos de tortura linguística, ora com a ajuda do fone com o tradutor simultâneo, ora tentando entendê-lo em seu próprio linguajar. Até que o ouvido acostumou-se ao seu dialeto e pude assistir a palestra com muito contentamento. Não sem antes notar que a Ilha da Madeira onde ele vira o Sol brilhar pela primeira vez, não era a mesma que anos mais tarde Eike Batista comprara de alguns comparsas do governo municipal de nossa localidade anos depois, para destruí-la a troco de benesses, troca de favores, presentes de carros e apartamentos caríssimos para secretários e governantes em geral.
A espera continuava e meus pensamentos voavam. Até que chegou o transporte que me levaria para a Ilha da Madeira que me fez lembrar de tão ilustre figura do lugar do mesmo nome e de um povo tão simples e querido como os “de cá”.  Embarquei, cumprimentei a todos e em especial uma loira lindíssima, exuberante que foi ao meu lado. E quem não acredita que existem loiras inteligentes, podem começar a desapegar-se desse mito, pois elas existem e estão à solta por aí. E eu tinha a prova disso ao meu lado. Loira, linda e inteligente, três atributos que fazem a trindade de adoração de qualquer homem que pense em se apaixonar e não têm medo de mulher inteligente.
Mas lá fomos nós! Na medida em que avançávamos pelo caminho, sob o risco da direção de um motorista que estava colocando à prova nossa resistência ao pavor, fui apreciando a paisagem que nos envolvia. Saímos do continente e entramos na ilha, agora ligada ao continente através de uma ponte. O outro lado da ponte já não era a mesma Ilha que eu havia conhecido anos atrás! Logo ao adentrarmos ali, passou por nós um pássaro tossindo, não soube distinguir se era uma cotovia, o  rouxinol do dia, do qual nos falou o poeta ou um(a) sábia. Sabia apenas que não era urubu e que voava. Lembrei-me imediatamente do poema de Vinícius em que ele no exílio lembrava-se de sua pátria e disse:

A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta

Era assim que eu estava vendo aquele pedaço de terra (terra?) cercada de tanques, diques, minérios envelopados e escondidos em seu subsolo prestes a explodir. Ali não havia rio urinando mar. Logo chegamos à praça central e ali fomos muito bem recebidos pelas pessoas que promoviam e participavam de um evento de ação social dentro da ilha. Bem recebidos, fomos cercados por alguns amigos que já conhecíamos do lado continental do município, por outros que se fizeram conhecer no momento. E entre conversas daqui e dali, anotações daqui e dali, em meio ao desassossego e as feições cheias de terror da população local, ficamos conhecendo a situação em que se encontra a ilha. No fundo, no fundo, não é muito diferente a necessidade do povo de lá como a do povo daqui: Falta de segurança, falta de saneamento, educação mais que precária – apenas uma escola para toda a ilha – Saúde incompreensivelmente ineficaz: apenas um posto, com apenas uma médica (por sinal muito bem quista por toda população que dela falou muito bem, inclusive de sua competência, mas também da sua impossibilidade de poder atender sozinha a todos os necessitados da Ilha). Notei pelo seu “cheito” de falar que não é brasileira, alguns comentários “acusavam-na” de cubana, mas isso também não é certeza e tampouco é relevante para a situação que a Ilha se encontra. Afinal, não estamos aqui para colocar a culpa de tudo que acontece na saúde de nosso país em Fidel e Raul Castro, claro!
No demais, os reclamos continuavam e eram sobre os vários assaltos tanto nas ruas como nas residências, por falta de um posto policial e de uma ronda mais eficaz pelas ruas da cidade. Pois o único carro de “plantão” circula na orla, se é que ainda se pode chamar aquilo de orla, que vai do ponto do ônibus da Real Rio (única empresa que atende a Ilha) até a praça central, num percurso de quase cem metros. Ufa!!! Parada para um cafezinho no bar da esquina.
Bem, podemos conversar com vários moradores, senhoras mães, que trabalham e não têm uma creche para deixarem seus filhos, outras que não podem mais trabalhar, pois temem deixar seus filhos a sós e serem processadas por abandono de incapazes, já que a escola local só pode acolher-lhos após os quatro anos de idade.
Assim foi nossa estadia naquele lugar que um dia já foi quase um paraíso, já foi teto de humildes pescadores (expulsos da localidade junto com os peixes que transitavam pelo hoje lodaçal), foi, quem sabe como a outra ilha um dia paraíso também, um pombal de amores. Mas isso acabou!
Chegou a hora de sairmos e o fizemos com pesar de ver o estado em que se contra a nossa Ilha da Madeira, onde as pessoas falam e a gente entende. Ainda se entende até quando conjugam o verbo amar. Pois é disso, principalmente, que a Ilha está precisando por parte de nossas autoridades. Os moradores dali estão vivendo sobre um vulcão, depois dos acordos políticos feitos entre empresas e governos locais e internacionais. Esses últimos, na verdade,  parecem que deixaram de ser feitos para favorecimento de alguns políticos e secretários municipais de tempos não tão distante assim, que faça com que as pessoas, o povo se esqueça, quando chegarem as campanhas eleitorais e as eleições.
A loira linda, exuberante e inteligente que sentou-se ao meu lado na ida já não voltou ao meu lado, teve que sair minutos antes, devido a um acidente familiar ocorrido em sua casa. Teve que sair às pressas e espero que tudo tenha se resolvido bem. Afinal, como já foi dito tudo sempre termina bem, nesses casos, se não está bem agora é porque ainda não terminou.  Para a Ilha também. Basta não cruzarmos os braços e ativarmos nossas consciências e aprendermos a mais sobre cidadania e tudo também terminará bem.Saí da Ilha da Madeira com pesar no coração de ver o estado de devastação em que se encontra o local, a degradação total do meio ambiente, mas como hoje é dia de “lua grande” espero que todos da Ilha possam pelo menos ter tido a satisfação de pela fresta das janelas fechadas de suas casas poder admirá-las, sem risco de aparições e de ratos – inclusive humanos – vir ofuscar o luar dessa noite que vai ser bela.
Um bom final de semana para todos e principalmente um bom domingo. Pra loira linda, exuberante e inteligente também!

Itaguaí, 30 de agosto de 2015.

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LUÍS BOMFIM, é jornalista, diagramador, escritor, poeta, roteirista, designer gráfico e modelador de 3D. Estudou Filologia na Universidade da Amizade dos Povos “Patrice Lumumba”, em Moscou; Teologia na Faculdade Metodista Livre de São Paulo, e atualmente faz o 5º período de graduação na Faculdade de Letras da UFRJ