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Tiririca se despede: “Estou decepcionado com a política”. Ele renunciou ontem. Veja o discurso

O artista, duas vezes eleito deputado federal por São Paulo com mais de um milhão de votos, vai abandonar a vida pública

Em seu primeiro e último discurso na Câmara, o deputado federal Tiririca (PR-SP) anunciou nesta quarta-feira 6 sua despedida do Congresso. No plenário, o deputado chegou a anunciar o abandono da vida pública, indicando a renúncia, mas depois afirmou que cumprirá seu mandato até o fim e não vai se candidatar à reeleição. Alegando estar “com vergonha”, se disse decepcionado com os colegas e com a política brasileira e pediu que os outros parlamentares “olhem pelo País”.

 

Tiririca estava em seu segundo mandato. Em 2010, foi o mais votado em São Paulo, com 1,35 milhão de votos. Em 2014, teve 1,01 milhão de votos e ficou em segundo lugar, atrás de Celso Russomanno (PRB-SP).

 

A renúncia de Tiririca se dá dias depois de ele conceder uma entrevista ao Conexão Repórter, do SBT, na qual disse ter recebido propostas de propina em troca de voto. Nesta quarta, ele indicou que não vai denunciar os agora ex-colegas.

“Eu jamais vou falar mal de vocês em qualquer canto que eu chegar e não vou falar tudo o que eu vi, tudo o que eu vivi aqui, mas eu seria hipócrita se saísse daqui e não falasse realmente que estou decepcionado com a politica brasileira, decepcionado com muitos de vocês”, afirmou. “Eu ando de cabeça erguida porque não fiz nada de errado, mas acho que muitos dos senhores não têm essa coragem”

 

Confira a íntegra do discurso de Tiririca:

Conheça o site criado por artistas para que Temer seja investigado como qualquer brasileiro

 Se a lei é para todos, porque o presidente não quer sequer ser investigado? Quem deve teme, Temer? Grupo de artistas lança site para pressionar deputados a votarem à favor da denúncia contra Michel Temer

 

CONHEÇA O SITE:  https://342agora.org.br/

 

Um movimento batizado de #342, encabeçado por diversos artistas, lançou no último dia 10, um site com a intenção de voto de cada deputado federal a respeito da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB). Com o objetivo de pressionar a votação, o site indica os contatos de cada parlamentar, com e-mail e telefone do gabinete – dados públicos no site da Câmara – e páginas das redes sociais.

 

Está na hora da gente conhecer os nossos deputados, está na hora da gente pressionar esses caras“, disse a apresentadora Fernanda Lima, que faz parte do grupo de artistas, em vídeo. “Temer deve ser julgado, sim, e todos devem ser julgados. Todos, sem exceção. Senão, o Brasil não vai mudar.”

 

 

CONHEÇA O SITE:  https://342agora.org.br/

Na última semana, artistas como Caetano Veloso, Aline Moraes, Letícia Sabatella, Fernanda Lima, Valesca Popozuda, Aline Moraes, Renata Sorrah e Marcelo Serrado se reuniram na casa da produtora Paula Lavigne, e decidiram iniciar o movimento pelo afastamento de Temer. Antes de lançarem o site, o grupo começou uma campanha nas redes sociais para pressionar o relator da denúncia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Sérgio Zveiter, com a hashtag #ZveiterEstouDeOlhoEmVoce.

Agora, o foco da plataforma é pressionar os deputados indecisos e os contrários à acusação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os contatos dos parlamentares que já indicaram que votarão pela admissibilidade da denúncia também estão no site, com a tarja “mostre seu apoio“. Segundo a organização, a ação não tem vínculo com nenhum partido.

Gilberto Amendola, Agência Estado

 

CONHEÇA O SITE:  https://342agora.org.br/

 

Opinião do blog: Só mesmo no Brasil, é necessário que várias pessoas se mobilizem, para que um presidente com fortes indícios de corrupção seja investigado. Os nobres deputados eleitos pelo povo, deveriam ter o mínimo de decência e permitirem que Temer fosse investigado como qualquer um deve ser. Vivemos num país, onde os deveres são para o povo e os direitos são apenas para aqueles que podem manipulá-lo. A PRESSÃO POPULAR é a única forma de mostrar a cara de cada um. DEPUTADO SÉRIO TRABALHA PARA O POVO. MARQUEM E NUNCA SE ESQUEÇAM DE TODOS OS NOMES.  OU AVANÇAMOS OU GRITAMOS POR NOSSOS DIREITOS. AMAMOS NOSSO PÁIS E NUNCA DEIXAREMOS QUE O DESTRUAM, INCLUSIVE MORALMENTE.

Quem deve Temer?

Presidente instala “misturador de voz” para evitar gravações no gabinete presidencial

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) instalou no gabinete do presidente Michel Temer um dispositivo que dificulta a compreensão de áudios captados por gravadores. O “misturador de voz”, como é conhecido, foi instalado há três semanas, e emite sinais sonoros não captados pelo ouvido humano, que interferem na gravação do som ambiente.

Temer teve conversas gravadas pelo empresário Joesley Batista, da JBS, em encontro no Palácio do Jaburu. O teor da conversa serviu como base para a denúncia de corrupção passiva, apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente. Um telefone protegido por criptografia também teria sido instalado no gabinete presidencial.

Defesa de Temer quer ter acesso a gravações periciadas pela Polícia Federal

Os advogados de defesa do presidente Michel Temer enviaram nesta quarta-feira (19) um pedido à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, solicitando acesso a sete gravações recuperadas pela Polícia Federal (PF) na perícia feita no áudio da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista com o presidente, em março, no Palácio do Jaburu.

A defesa de Temer alega que sete gravações não foram juntadas ao inquérito contra o presidente após o trabalho pericial. Para Antônio Claudio Mariz, representante do peemedebista, as gravações são necessárias para compor a defesa durante a votação na Câmara dos Deputados. No dia 2 de agosto, os deputados decidem se dão aval ou não para que a denúncia contra Temer prossiga no Supremo.

“Requer-se à Vossa Excelência seja oficiado o Instituto Nacional de Criminalista (INC) a fim de que possa fornecer, diretamente à defesa, os sete arquivos recuperados dos gravadores, conforme informados na Tabela 07 de seu parecer, pelo meio mais expedito, como garantia à ampla defesa que se pretende praticar junto ao plenário da Câmara dos Deputados no dia 02/08.”, diz a defesa.

Fonte: JB

Após relatório desfavorável ao governo, Zveiter diz não temer represálias

DENÚNCIA CONTRA TEMER NÃO É INEPTA, DIZ ZVEITER

 

Vice-líder do governo, o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) chamou o relatório do correligionário, o deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), pela admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), de “ruim”, “contraditório em si mesmo”, “fraco” e sinalizou que o relator do processo na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na Câmara pode ter que deixar o partido.

 

“Isso é só uma demonstração de que nós devemos ter mais cuidado ao aceitarmos filiações no nosso PMDB. Nesse momento não estamos aí para relatar, estamos aí para superar esse momento. Mas pelas posições tomadas, é óbvio que algumas pessoas perdem até o ambiente de convivência dentro do nosso partido. Mas não é esse o pensamento agora”, declarou Marun, após a leitura do parecer de Zveiter.

“O deputado Zveiter não apresenta mais condições de pertencer ao partido”, declarou Marun mais tarde, em discurso na comissão.

 

Em entrevista ao deixar a reunião da CCJ, Zveiter disse não temer represálias do PMDB e disse ter atuado de acordo com sua consciência, e não a partir de inclinações partidárias. “Não temo [represálias] até por que eles não têm como fazer represália contra mim”, disse, ao ser perguntado sobre a possibilidade de retaliação pelo partido.

 

Zveitar também negou temer ser expulso do partido, ao ser perguntado sobre essa possibilidade. “Eu aprendi com minha mãe desde cedo que quem anda com Deus não tem medo de nada. Então se eles me expulsarem, vai ser problema deles e não meu”, afirmou o deputado, que disse pertencer à uma ala independente do PMDB.

 

“Minha filiação partidária claro que sempre influencia em alguns votos que eu venha a proferir aqui, mas neste caso o que prevaleceu mesmo foi minha condição de deputado federal titular, eleito livremente e portanto com a possibilidade de agir de acordo com minha consciência”, afirmou Zveiter.

 

Marun, que disse ter sido surpreendido pela posição do relator, disse ser um “um momento triste que um advogado, admitindo a inexistência de provas, assim mesmo pleiteie a punição do acusado”. “É uma peça a ser derrotada e até esquecida”, declarou.

 

“Vamos, obviamente, preparar um relatório alternativo para que, assim que derrotemos essa peça nefasta na CCJ, possamos já ter outro pronto para que imediatamente votemos e que isso possa ir rapidamente para o plenário. Nós temos os votos, por isso queremos que rapidamente essa questão se resolva”, complementou o peemedebista.

 

Leia a íntegra do relatório de Zveiter

Clique para acessar o camara-dos-deputados.pdf

 

STF decide a favor de prisão após julgamento na segunda instância

O STF (Supremo Tribunal Federal) estabeleceu nesta quarta (5), por 6 votos a 5, que a prisão de réus condenados pela Justiça deve ocorrer a partir da decisão da segunda instância.

 

Como a sentença se refere a ações diretas de inconstitucionalidade, a decisão, que manteve entendimento adotado em fevereiro para um caso específico, terá de ser seguida por todos os tribunais do país.

 

Votaram pelo entendimento majoritário os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia, presidente da corte.

 

Saíram vencidos o relator, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

 

O tribunal votou duas ações apresentadas pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e pelo PEN (Partido Ecológico Nacional). Ambos sustentam que o princípio constitucional da presunção de inocência não permite a prisão enquanto houver direito a recurso. O julgamento começou no dia 1º deste mês, mas foi suspenso horas depois.

 

Barroso deu como exemplo casos de réus que continuaram em liberdade anos após terem sido condenados. Disse que as múltiplas possibilidades de recursos, aliadas à falta de celeridade na tramitação de determinados processos, podem fomentar a impunidade.

 

“Nós não tínhamos um sistema garantista, mas um sistema que fazia as pessoas acreditarem que o crime compensa. […] A sensação de que nada vai acontecer é um estímulo (às práticas criminosas). Não só acho, como deve prender depois da condenação em segundo grau”, afirmou.

 

Outro partidário do entendimento da maioria, Gilmar Mendes rechaçou a tese de que a chamada prisão antecipada agride a presunção da inocência.

 

“Conforme se avança e a culpa vai ficando demonstrada, a lei pode impor tratamento diferenciado (ao réu) […]. Não estamos a fazer tábula rasa. Haverá sempre remédios (para a defesa), e o bom e forte habeas corpus estará à disposição”, disse.

 

Em fevereiro, por 7 votos a 4, a maioria do STF determinou que era possível ocorrer a prisão antes da condenação definitiva. Como a decisão não era vinculativa (não obrigava que as instâncias inferiores a adotarem a prática), ministros vencidos na ocasião continuaram dando sentenças contrárias a ela.

 

Em julho, o então presidente da corte, Ricardo Lewandowski, contrariou o entendimento da maioria e ao conceder uma liminar (decisão provisória) a um prefeito condenado por fraude em licitações e desvio de recursos.

 

O único magistrado a mudar de opinião na sessão de quarta foi Dias Toffoli. Em fevereiro, ele se posicionou pela legalidade da prisão em segunda instância. Agora, votou para que a medida seja executada após decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

 

Toffoli disse que o Supremo deve fechar questão sobre o estágio em que uma ação transita em julgado. Para ele, isso ocorre antes de o processo chegar ao STF, mas após a batida de martelo da corte superior.

 

“Não há dúvida de que o STJ deve zelar pela uniformidade da interpretação da lei penal”, resumiu o ministro.

 

RELATOR

 

Ao proferir seu voto, no dia 1º deste mês, Marco Aurélio Mello se posicionou a favor das ações, defendendo a tese de que a prisão só deve ocorrer após o trânsito em julgado.

 

Ele sugeriu ainda que, caso o plenário do STF decidisse manter o entendimento de que a prisão pode ocorrer antes da última etapa do processo, ao menos se estabeleça a necessidade de que ação seja concluída no STJ (Superior Tribunal de Justiça), não apenas na segunda instância.

 

“A culpa é pressuposto da reprimenda e a constatação ocorre apenas com a preclusão maior. A Carta Federal consagrou a excepcionalidade da custódia no sistema penal brasileiro, sobretudo no tocante a supressão da liberdade anterior ao trânsito em julgado da decisão condenatória”, defendeu Mello.

 

Pouco antes da sessão do dia 1º, quando o relator apresentou seu entendimento, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que a batida de martelo nesse assunto terá impacto direto nos acordos de delação premiada negociados pelo Ministério Público.

 

“O julgamento de hoje é tão importante quanto o julgamento no Supremo que definiu o poder investigatório do Ministério Público. Isso influenciará, com certeza, em vários processos de colaboração premiada em curso ou que virão em todas as investigações do Ministério Público, seja federal, seja dos Estados”, disse.

Fonte: O Globo

Mulheres de Itaguaí vão à Brasília para solicitar melhorias na cidade

Melhorias para a mulher itaguaiense foi o motivo da visita

Um grupo de mulheres ativas de Itaguaí, foram ontem à Brasília para solicitar melhorias para as mulheres da cidade. Elas visitaram os gabinetes de Deputados e Senadores, representantes de vários municípios. Pediram aos políticos pela equiparação salarial ( Trabalho Igual, salário igual ), Educação de Qualidade na cidade, e a implantação de hospitais para a atendimento à mulher. Além disto, elas pedem mais escolas e creches para os filhos da munícipes que necessitam trabalhar.

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As mulheres agradeceram ao deputado Alexandre Valle, que é de Itaguaí, e se mostrou bem solicito com os pedidos.

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Fotos de Anna Paula Salles

Audiência pública discute, nesta terça-feira, multa de até R$ 50 mil para quem fizer postagem sobre blitz no trânsito

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados está discutindo, na tarde desta terça-feira, um projeto de lei que proíbe e estabelece multa para o alerta de motoristas, na internet, sobre blitz de trânsito. A proposta, apresentada pelo deputado Major Fábio (DEM-PB) em 2013, é tema de uma audiência pública, que se iniciou às 14h30.

Em análise na comissão, o projeto determina que o provedor de internet torne indisponível esse tipo de conteúdo em aplicativos e redes sociais. O descumprimento da norma acarretaria numa penalidade de até R$ 50 mil. O texto ainda libera a aplicação de multa para “aquele que fornecer informações sobre a ocorrência e localização de blitz para aplicativos, redes sociais ou quaisquer outros recursos na internet ou em outros meios de disseminação de informações”.

Foram convidados para o debate o o diretor-presidente do InternetLab, Dennys Antonialli, o presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, e a pesquisadora e gestora do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas (CTS/FGV), Marília Maciel. Os três devem se reunir com os parlamentares no plenário 13.

Fonte: Jornal Extra

PF faz busca e apreensão na residência de Eduardo Cunha

A polícia Federal concluiu, por volta das 11h20, a operação de buscas e apreensões feita na residência oficial em Brasília do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os policiais chegaram por volta das 5h50, acompanhados de alguns agentes da Polícia Legislativa.

As ações fazem parte da Operação Catilinárias, no âmbito da Lava Jato, deflagrada hoje (15) por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. No total são cumpridos 53 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal (9), em São Paulo (15), no Rio de Janeiro (14), Pará (6), em Pernambuco (4), Alagoas (2), no Ceará (2) e Rio Grande do Norte (1).

O próprio deputado recebeu os agentes e teve o celular apreendido. Cunha se irritou segundo seu advogado, apenas com o barulho dos helicópteros das emissoras de TV, que sobrevoavam o local desde cedo.

Em nota, a PF informou que os mandados estão relacionados a sete processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato, com a  finalidade de evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados.

A operação da PF tem outros alvos: os senadores Edison Lobão (PMDB-MA), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), os deputados Anibal Gomes (PMDB-CE) e Áureo Lídio (SD-RJ), o prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier (PMDB-RJ), o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto ( aliado de Cunha e exonerado na semana passada pela Presidente Dilma), Aldo Guedes – ex-sócio de Eduardo Campos -, Lúcio Bolonha Funaro – delator do Mensalão -, Altair Alves Pinho – emissário de propina de Cunha segundo os investigadores– e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado.

A pedido da Polícia Legislativa, um chaveiro foi enviado à residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, onde ficou por cerca de 20 minutos, deixando o local por volta das 11h20. Ele não deu detalhes sobre o serviço prestado, mas confirmou que abriu um cofre no local.

Ainda no âmbito da Operação Catilinárias, foram feitas buscas e apreensões de documentos na Diretoria-Geral da Câmara dos Deputados, na residência do senador Edison Lobão (PMDB-PI), e no gabinete do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE)

Catilinárias são uma série de quatro discursos do cônsul romano Cícero contra o senador Catilina.

Agência Brasil

Dilma é alvo de protesto e vaias durante desfile de 7 de Setembro em Brasília

Boneco representando a presidente com nariz de Pinóquio e faixa rasgada foi erguido em Brasília

 

Em meio à crise política que vive no início de seu segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff teve de lidar com protestos e vaias durante o desfile de 7 de setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Logo no início das comemorações, manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) atearam fogo a pneus numa rua próxima ao local do evento. Bonecos representando o ex-presidente Lula com roupa de presidiário, o já conhecido Pixuleko, e a presidente Dilma com nariz de Pinóquio, manchas de lama e faixa presidencial rasgada – apelidado de Pixuleca, foram erguidos em locais próximos.

 

Com a presença do vice-presidente Michel Temer e diversos ministros, a celebração da Independência começou por volta das 8h45min. A menos de 2km do local em que a presidente desfilava em carro aberto, o boneco do ex-presidente Lula vestido de presidiário era erguido por manifestantes. Quase ao mesmo tempo, um protesto por moradia popular queimava pneus ali perto. Quando a presidente começou seu discurso, foi alvo de vaias – logo respondidas com aplausos e gritos de “no meu país, eu boto fé, porque meu país é governado por mulher”, segundo o jornal Correio Braziliense.

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Boneco representando a presidente Dilma e o ex presidente Lula, foram erguidos em local próximo ao desfile (Foto: Renata Colombo / Rádio Gaúcha)

Pouco tempo depois, um boneco representando a presidente Dilma também foi erguido próximo à Esplanada. De acordo com o Correio Braziliense, o produto custou cerca de R$ 13,5 mil e foi fabricado por organizadores do movimento Brasil. Ele tem mais de 13 metros e mostra a presidente com manchas de lama, nariz de Pinóquio e a faixa presidencial rasgada. Às 9h30min, o fogo dos pneus já havia sido controlado pelos bombeiros. Os dois bonecos – que representavam Lula e Dilma – acabaram sendo rasgados e murcharam.

A área reservada para a população que quer acompanhar o desfile foi diminuída e separada por tapumes metálicos. Manifestantes bateram na estrutura com colheres, algo semelhante aos panelaços promovidos durante os discursos televisionados da presidente – o protesto foi apelidado de “colheraço”. Os muros também foram pichados com as palavras “muro da vergonha”, “intervenção militar já” e “art. 142 e 144 C.F.” (em referência aos artigos da Constituição que tratam das forças armadas e da segurança nacional). Ao fim dos desfiles, parte do murro foi derrubado por manifestantes, que tiveram de ser contidos pela polícia.

Por volta das 10h20min, duas pessoas tentaram invadir o local do desfile e foram contidos por cerca de 10 policiais. De acordo com a Polícia Militar, são 25 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios – seriam quase 200 manifestantes pró-Dilma e mil contra, diz a PM. Às 11h, carros de som se agrupavam perto do Museu da República e reproduziam mensagens de protesto contra o governo. Por volta das 11h30min, a polícia fez cordão de isolamento no entorno do Congresso, enquanto os manifestantes se aglomeravam ao redor dos bonecos.

Plenário da Câmara rejeita PEC que reduz maioridade penal para crimes hediondos

Foi rejeitado o texto de autoria da comissão especial sobre o tema. Em data a ser definida, os deputados ainda poderão votar o texto original da proposta, que reduz a maioridade para todos os tipos de crimes.

O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, na madrugada desta quarta-feira (1º), o texto da comissão especial para a PEC que reduz a maioridade penal (PEC 171/93). Foram 303 votos a favor, quando o mínimo necessário eram 308. Foram 184 votos contra e 3 abstenções.

A discussão, no entanto, ainda não se encerrou, avisou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Ele lembrou que o Plenário ainda tem de votar o texto original da proposta ou outras emendas que tramitam em conjunto.

“Eu sou obrigado a votar a PEC original para concluir a votação ou o que os partidos apresentarem. No curso da votação, poderão ser apresentadas várias emendas aglutinativas. A votação ainda está muito longe de acabar, foi uma etapa dela”, disse Cunha.

Ainda não há data para a retomada da discussão. Eduardo Cunha disse que a proposta poderá voltar à pauta na semana que vem ou, se isso não for possível, no segundo semestre. Antes do recesso, o Plenário ainda precisa votar o segundo turno da PEC da Reforma Política.

A proposta rejeitada reduziria de 18 para 16 anos a maioridade penal para crimes hediondos, como estupro, latrocínio e homicídio qualificado (quando há agravantes). O adolescente dessa faixa etária também poderia ser condenado por crimes de lesão corporal grave ou lesão corporal seguida de morte e roubo agravado (quando há uso de arma ou participação de dois ou mais criminosos, entre outras circunstâncias). O texto original, que pode ir à votação, reduz a maioridade para 16 em todos os casos.

A decisão apertada – faltaram 5 votos para aprovar a proposta – foi recebida com gritos por deputados e manifestantes das galerias, que cantaram “Pula, sai do chão, quem é contra a redução” e outras palavras de ordem. A sessão chegou a ser suspensa pelo presidente da Câmara para que as galerias fossem esvaziadas.

O relator da proposta, deputado Laerte Bessa (PR-DF), lamentou o resultado. “Infelizmente, nós perdemos. Eu fico triste, como parlamentar, e mais ainda como cidadão”, disse o deputado.

Bessa avaliou que as chances de vitória na PEC original são reduzidas. “O acordo foi feito com base nesse substitutivo”, explicou.

Reforma do ECA
O debate da PEC foi acirrado. Foram mais de três horas de discussão em um Plenário dividido, mas com uma opinião em comum: todos os discursos reconheceram que o Brasil enfrenta problemas no controle da criminalidade e que o Congresso precisa ampliar o debate.

Para os deputados contrários à PEC, a solução não está no julgamento de menores entre 16 e 17 anos como adultos, mas na revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para aumentar o tempo de internação do jovem infrator no sistema atual de medida socioeducativa.

Para o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), a revisão do ECA deve ser prioridade da Câmara. “Agora é dialogarmos para, imediatamente, colocarmos em funcionamento a comissão especial de reforma do ECA. O governo apresentou uma proposta que amplia o prazo de internação, coloca mais rigidez para quem utiliza menores para cometer crimes contra a vida e separa os que cometem crimes contra a vida dos demais”, disse.

O deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) lembrou que, nos últimos dez anos, o Congresso aprovou diversas leis aumentando o tempo de pena de diversos crimes, mas ainda assim a violência não diminuiu. “O que reduz a violência é a certeza da aplicação dessa pena. Para oferecer ao Brasil uma solução adequada, é preciso fazer um diagnóstico. E vai se chegar à conclusão de que ela é fruto da exclusão”, disse.

Para o líder do Pros, deputado Domingos Neto (CE), uma reforma no ECA poderia garantir a aplicação mais rápida de uma pena ao adolescente infrator, já que o processo é mais rápido do que o previsto no Código Penal. “Se punido pelo Código Penal, um jovem poderia estar solto em um ano e meio por progressão da pena, mas, se mudarmos o ECA, ele poderá cumprir pena de até 8 anos”, disse.

Domingos Neto afirmou ainda que a mudança legal precisa vir acompanhada de investimentos do governo federal nas instituições de internação.

Educação
Os deputados do PT, contrários ao texto, enfatizaram o discurso de que o jovem precisa de mais educação. “Não ofereçam a desesperança dos presídios, que não têm melhorado a vida de ninguém, a jovens que podemos resgatar”, apelou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).

O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) ressaltou que a redução da maioridade penal vai na contramão das experiências mundiais e não tem estudos a seu favor. “A reincidência entre os que cumprem pena no sistema prisional é de 70%, enquanto a reincidência entre os que cumprem medida socioeducativa é de apenas 36%”, disse.

Deputados também demonstraram preocupação com o efeito da regra em outras normas em vigor, como a idade mínima para dirigir, leis sobre exploração sexual e a proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores. A preocupação foi levantada pelo deputado Glauber Braga (PSB-RJ). “Precisamos avaliar o valor da repercussão que essa decisão pode ter sobre outras áreas do mundo do direito – como a ampliação do direito de dirigir a partir dos 16”, disse.

Defesa da PEC
Defensores da redução da maioridade se ampararam nos casos de crimes violentos entre jovens de 16 e 17 anos para pedir a redução da idade mínima. Para o deputado Capitão Augusto (PR-SP), os jovens que seriam afetados pela proposta são “marginais”, não “garotos inocentes”. “O ECA é fraco, não pune, tanto é que, após atingir a maioridade penal, esse marginal sai com ficha limpa, independentemente dos crimes bárbaros que tenha praticado”, disse.

O líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), destacou que o foco da proposta era punir crimes contra a vida. “É um texto que tem equilíbrio, propõe a redução apenas para os casos graves, sobretudo os crimes contra a vida. Suprimir uma vida é injustificável na idade e na classe social que for”, disse.

Deputados também citaram pesquisa do Instituto Datafolha que apontou 87% da população favorável à redução da maioridade penal. “É um desejo do povo brasileiro. Quase 90% da população brasileira, nas pesquisas, exige essa redução”, disse o relator da proposta, deputado Laerte Bessa (PR-DF).

Participação intensa
A disputa sobre a PEC da Maioridade Penal começou no início da semana, quando estudantes contrários à PEC se instalaram no gramado do Congresso Nacional. Os estudantes acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a presença nas galerias do Plenário. Nesta terça-feira, houve tumulto entre manifestantes, parlamentares e policiais legislativos em alguns pontos da Câmara dos Deputados.

O acesso às galerias foi autorizado a um número reduzido de pessoas, por meio de senhas distribuídas por partidos. Manifestantes favoráveis e contrários acompanharam toda a votação de maneira pacífica, munidos de cartazes e camisetas.

Parlamentares também se utilizaram de cartazes para expressar a opinião. Os deputados do Psol levantaram cartazes dizendo “Redução não é a solução”, enquanto o deputado Silas Freire (PR-PI) levou uma faixa para dizer que a redução é uma resposta a crimes como o estupro de meninas no Piauí. Vários deputados também usaram camisetas declarando a posição.