Luana Camargo e Wilson Beserra publicaram fotos durante jantar, no mesmo dia em que festa do HFB foi interrompida por protesto
A festa de 71 anos do Hospital Federal de Bonsucesso, orçada em R$ 156 mil, e interrompida por funcionários inconformados, expõe uma ligação entre a diretora-geral do HFB, Luana Camargo, e assessores do centro médico, ao deputado federal Wilson Beserra (MDB), conforme apurado pelo RJTV 2, da TV Globo
Farmaceutica, Luana nunca havia administrado um hospital. Sua única experiência na área, foi a coordenação da farmácia de um posto de saúde em Seropédica, na Baixada Fluminense, base eleitoral de Beserra. Um funcionário, que não quis se identificar, contou ao telejornal que ela e outros assessores foram indicações do deputado.
– Foi o deputado Wilson Beserra e, curiosamente, vários ex-assessores parlamentares do Wilson, que vieram com a Luana, assumiram a direção – revelou.
A relação estreita entre eles fica ainda mais clara quando se observa as redes sociais da dupla. Na noite de sexta-feira, o RJTV 2 flagrou um tweet onde o deputado do MDB defende a diretora da unidade, após o protesto dos funcionários.
“Não é para agradar é para fazer a diferença, fora todos que não fazem parte da mudança”, escreveu numa de suas redes sociais
À noite, os dois registraram um jantar, com vinho e presunto. “Quem ama cuida”, escreveu ela, com corações. “Ele disse que é meu vinho”, destacou ao lado da garrafa, que levava a palavra “linda” no rótulo. Beserra também publicou imagem do encontro.
A reportagem da TV Globo apurou, ainda, que quatro funcionários do parlamentar, exonerados no início de 2018, em Brasília, foram imediatamente contratados pelo Hospital federal de Bonsucesso em seguida.
Veja a matéria em video no link abaixo:
Assista no Globoplay:
https://globoplay.globo.com/v/7295634
Festa deu lugar a protesto de profissionais do HFB
Na sexta-feira, o protesto começou uma hora antes do início da festa. Os seguranças contratados pela organização do evento não queriam deixar os funcionários entrarem. No entanto, mais de 100 médicos, enfermeiros e servidores administrativos abriram caminho e conseguiram acesso à tenda.
A tenda armada na área externa do Hospital contava com quatro aparelhos de ar-condicionado e dois ventiladores. O lugar tinha espaço para 150 pessoas sentadas. De acordo com uma lista divulgada pelo RJ2, o custo das tendas climatizadas foi de R$ 27,2 mil.
Já o coquetel, orçado para 300 pessoas, custou R$ 20 mil. No cardápio, havia iguarias como guacamole de camarão e nhoque de batata baroa.
De acordo com a técnica de enfermagem Zélia Diogo, de 71 anos, 31 pacientes da emergência estão internados em cadeiras porque não há leitos.
– Não tem o material básico para o atendimento. Não tem seringa, não tem antibiótico, não tem nada. Aí a fila não anda – relata.