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Ex-aluna de escola municipal de Itaguaí passa para UFRRJ

Estudante foi aprovada em Química e antes foi aluna da Escola Municipal Jorge Flores

Em 16 de julho de 2021 / Júlio Andrade

Itaguaí – A aluna Raissa Vitória teve um sonho realizado recentemente. Ela conseguiu passar em Química para a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro em Seropédica. Raissa, foi aluna da Rede Municipal de Ensino Público em Itaguaí. Ela, que foi aluna da Escola Municipal Jorge Flores, fez questão de ir na sua saudosa escola para agradecer aos seus mestres e colaboradores desse sonho.

Da esquerda para direita Dorival Auxiliar de Serviços Escolares, Luciana Inspetora de Alunos, Raissa Vitória estudante de Química da UFRRJ e Leandro Ferreira Diretor da Escola Municipal Jorge Flores

Desde pequena eu gostava de estudar, de me dedicar nas atividades escolares e mesmo eu não sabendo o que queria profissionalmente, eu sabia que o meu caminho era o do estudo.

Sou de uma familia humilde, meus pais não concluíram o ensino fundamental, então, queria mudar essa realidade de alguma forma. Entre meus pais e 3 irmãos sou a única a conseguir ingressar no ensino superior, eu acredito que essa conquista tenha muito impacto na minha família e inspire as novas gerações.

Sempre estudei em escola pública, as dificuldades eram muitas, para mim o sonho da Universidade parecia ser distante, mas no caminho encontrei professores incríveis que me motivaram e isso fez toda a diferença na minha vida, sou muito grata à eles.

A matérias de ciências me cativavam, gostava bastante das aulas na escola, mas ainda estava confusa quanto a que curso escolher, até que eu decidi de última hora me permitir explorar essa área maravilhosa e promissora que a química é, sei que terei muitos desafios mas creio que serão compensadores.

2020 foi um ano atípico para todos, isso é fato, não foi um ano fácil de estudo também, eu não tinha perspectiva de passar em nada, não consegui estudar como queria, estava com muitas matérias pendentes, já tinha praticamente desistido de entrar na Universidade este ano.
Porém, mesmo desanimada, comecei a pesquisar estratégias de prova 15 dias antes do Enem, juntei o mínimo de conhecimento que acumulei no ano e inumeros video-aulas de redação, resultado, tirei 880 na redação, o que me possibilitou uma vaga na Federal!!

Eu, uma jovem negra periférica, antes sem muita noção de futuro, agora me sinto muito feliz de estar conseguindo mudar a minha perspetiva de vida e a da minha família, sou muito grata à Deus e às pessoas que me apoiaram”, disse Raissa.

Eu sempre orei e acreditei nela, sabia que ela iria conseguir. A oração do justo tem muito seus efeitos,” diz a mãe de Raissa.

Orgulho da minha filha sempre foi esforçada, graças a Deus ela conseguiu realizar o sonho dela,” relatou o pai visivelmente emocionado.

Em plena pandemia, o exemplo de Raissa reforça o quão importante é não desistir dos sonhos e acreditar no ensino público, como um caminho para a mudança na vida e o espelho para amigos e familiares.

Após duas semanas desaparecida mulher é encontrada morta em Itaguaí

Caso é investigado pela Delegacia de Homicídios. Família suspeita do ex-marido, que tinha um histórico de agressões contra Ingrid Silva.

Em 05 de julho de 2021 / G1

Itaguaí – Uma mulher foi encontrada morta em Itaguaí, após ficar desaparecida por quase duas semanas. Ingrid Silva, de 26 anos, sumiu depois de sair de casa para encontrar o ex-marido. O corpo foi enterrado no domingo (4).

A família de Ingrid procurou a 35ª DP (Campo Grande) e registrou o desaparecimento. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) encontrou o corpo da jovem na Ilha da Madeira, em Itaguaí.

Ingrid Silva, de 26 anos, sumiu depois de sair de casa para encontrar o ex-marido — Foto: Reprodução/ TV Globo

A família disse que suspeita do ex-marido, pois ele já tinha um histórico de agressões, e ela tinha uma medida protetiva contra ele.

Ingrid tinha 26 anos e deixa duas filhas. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios. A suspeita é de feminicídio.

Corpo de matriarca é liberado para a família errada e filho não consegue enterrar a mãe em Itaguaí

Família ficou sabendo que não haveria sepultamento horas antes. Secretaria de saúde da cidade abriu sindicância para apurar o caso.

Em 24 de junho de 2021

Itaguaí – Uma família vive um drama para conseguir enterrar a matriarca em Itaguaí, na Região metropolitana do Rio, isso porque o corpo da idosa já foi sepultado por engano. De acordo com o filho de Deise Maria da Silva, de 60 anos, Cleiton da Silva Gonçalves, ela morreu nesta segunda-feira pela manhã (21), mas acabou reconhecida e com corpo liberado pelo Hospital Municipal São Francisco de Xavier por outra família.

Segundo os parentes, o enterro estava marcado para acontecer no cemitério de Santa Cruz, no dia seguinte a confirmação do óbito, mas a família só ficou sabendo do engano quando foi buscar o corpo da mãe. “Até agora ninguém da polícia ou do estado me procurou para ajudar”, lamenta o filho.
Ainda segundo ele, Deise se internou para tratar de uma infecção causada por bactérias, mas teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. A informação de que o corpo da própria mãe teria sido liberado para outra família veio da própria equipe de profissionais da unidade de saúde.

O reconhecimento teria sido feito por uma família de Itacuruçá, onde o corpo chegou a ser enterrado, no mesmo dia. Pelo registro, o sepultamento estava marcado para o cemitério de Itacuruçá, na Costa Verde.
Até o momento, segundo Cleiton, ninguém apresentou uma justificativa para o erro de identificação da sua mãe.

A Secretaria Municipal de Saúde de Itaguaí foi procurada para falar sobre o suposto erro cometido pela equipe do Hospital Municipal São Francisco Xavier e informou que foi aberta Sindicância Interna para apurar a “veracidade dos fatos bem como todos os profissionais responsáveis pelo ato.”
“Lamentamos profundamente o transtorno causado aos familiares e nos colocamos à disposição para prestar toda assistência necessária ao caso”, completou a secretaria em nota.

Fonte: O Dia.

Homem confessa ter matado a facadas ex-namorada em Itaguaí

Corpo foi deixado na Serra do Matoso após homem confessar o crime

Em 12 de maio de 2021 / Júlio Andrade

Mais um caso de feminicídio em Itaguaí

A jovem Jéssica Carla do Nascimento, que estava desaparecida desde o dia 26 de abril, teve o corpo encontrado após o ex-namorado Davis Araújo de 32 anos ter confessado o assassinato à polícia. Davis foi preso nesta segunda-feira (10), acusado de matar e ocultar o corpo de Jéssica, em abril deste ano, na Serra do Matoso, em Itaguaí. A ação foi realizada por policiais civis da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).

Em seu depoimento, o acusado confessou o crime e apontou que escondeu o corpo de Jéssica, de 30 anos, em uma mata fechada na Serra do Matoso. A vítima foi morta com golpes de faca após uma discussão. Ela desapareceu no último dia 26 e a família comunicou o seu sumiço dias depois na 36ª DP (Santa Cruz), que encaminhou o caso para a DDPA.

A vítima ao lado do assassino quando ainda namoravam

A investigação revelou que Jéssica esteve na casa do ex-namorado, no bairro Paciência, na Zona Oeste do Rio, no dia de seu desaparecimento. Na ocasião, ela enviou sua localização para uma amiga alegando que estava tudo bem. Porém, horas depois não ocorreram mais respostas de Jéssica. As Câmeras de segurança da rua também registraram a presença da mulher no local. Ainda de acordo com a investigação, o homem apresentava um temperamento violento, tinha histórico agressivo com sua ex-companheira, com quem tem dois filhos, e não aceitava o término do relacionamento.

No dia 30 de abril, os agentes foram à casa do homem e interditaram o imóvel para perícia.

Dias depois, quando os agentes voltaram à residência, o imóvel estava parcialmente queimado. Eles constataram que o incêndio foi provocado pelo acusado, que tentou atrapalhar as investigações e o trabalho da perícia. A equipe da especializada continuou com as diligências com as provas solicitou à Justiça um pedido de prisão, decretado no último domingo (09).

Depois da prisão, o autor do crime acompanhou os agentes até o local onde deixou o corpo da vítima. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) foi acionada e a perícia foi realizada no local. O acusado responderá pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.

Técnica de Enfermagem é a primeira a ser imunizada com vacina em Itaguaí

A alegria da servidora ao ser vacinada reflete em esperanças para todos no combate ao Covid-19

Em 19 de janeiro de 2021
Júlio Andrade – Júlio do Boca no Trombone Itaguaí

Itaguaí – A técnica de Enfermagem Maristela Machado da Silva e Souza, de 60 anos, e a médica Maria de Fátima Nolasco, de 66, foram as primeiras pessoas a serem imunizadas na cidade com a vacina Coronavac em Itaguaí. Elas agora aguardam o tempo mínimo para receberem a segunda dose. Elas foram imunizadas na sede da prefeitura de Itaguaí. Maristela é servidora e atua na linha de frente de combate ao Covid-19 em Itaguaí. As vacinas são até o momento a única alternativa de combate ao Covid-19.

Além delas outros servidores da saúde também já estão sendo imunizados nessa primeira etapa.

Itaguaí recebeu 2.870 doses nessa primeira etapa que irá imunizar profissionais de saúde que atuam na linha de frente de combate ao Covid-19 e idosos de instituições de longa permanência. Conforme houver a chegada de novas doses, outras ações serão implementadas na cidade.

Se você não faz parte desses grupos, aguarde as próximas fases da campanha, recomenda a prefeitura.

Mulher flagrada agredindo verbalmente fiscal em reportagem do Fantástico é demitida

‘Cidadão não, engenheiro civil, formado, melhor do que você’, disse a mulher se referindo a homem que estava ao lado dela. Homem recebeu auxílio emergencial de R$ 600.

Em 06/07/2.020

Matéria G1

A mulher que apareceu em uma reportagem do Fantástico do último domingo (5) ofendendo um fiscal da Prefeitura do Rio durante uma inspeção na região da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, foi demitida da empresa onde trabalhava na manhã desta segunda-feira (6) por causa do episódio.

No fim de semana, Flávio Graça, superintendente de Inovação, Pesquisa e Educação em Vigilância Sanitária, Fiscalização e Controle de Zoonoses da prefeitura, foi ofendido por um casal durante uma fiscalização.
“Cidadão não, engenheiro civil, formado, melhor do que você”, disse a mulher, que estava em um restaurante no momento da fiscalização da Vigilância.
O G1 tentou entrou em contato com a mulher, mas ela não atendeu as ligações.
De acordo com a nota divulgada pela Taesa, empresa privada do setor de energia, onde a mulher trabalhava, o comportamento da funcionária não condiz com as normas da empresa (veja a íntegra da nota no fim da reportagem).

“A TAESA tomou conhecimento do envolvimento de uma de suas empregadas em um caso de desrespeito às leis que visam reduzir o risco de contágio pelo novo coronavírus e compartilha a indignação da sociedade em relação a este lamentável episódio, sobretudo em um momento no qual o número de casos da doença segue em alta no Brasil e no mundo”, consta no comunicado.

Homem solicitou auxílio emergencial de R$ 600

O engenheiro civil a quem a mulher no vídeo se refere solicitou e recebeu o auxílio emergencial de R$ 600 pagos pelo governo federal para ajudar pessoas em situação vulnerável durante a pandemia de Covid-19.

A informação sobre o pagamento, antecipada pelo jornal O Globo, foi confirmada pelo G1 no site da Controladoria-Geral da União, que consolida os dados de pagamentos do auxílio.
De acordo com as informações, o homem recebeu a primeira parcela de R$ 600 reais em abril e o nome dele consta no Cadastro Único do governo.

Íntegra da nota da TAESA

NOTA DE POSICIONAMENTO OFICIAL

A TAESA é uma companhia comprometida com a segurança e a saúde não apenas de seus empregados, mas também com o bem-estar de toda a sociedade. Desde o início da pandemia da Covid-19, a Taesa implementou inúmeras iniciativas para proteger a saúde de seus profissionais e seus familiares, como o home-office para 100% do seu quadro administrativo, e a adoção de diversas outras medidas de proteção para as equipes que operam em campo.

A companhia não compactua com qualquer comportamento que coloque em risco a saúde de outras pessoas ou com atitudes que desrespeitem o trabalho e a dignidade de profissionais que atuam na prevenção e no controle da pandemia.

A TAESA tomou conhecimento do envolvimento de uma de suas empregadas em um caso de desrespeito às leis que visam reduzir o risco de contágio pelo novo coronavírus e compartilha a indignação da sociedade em relação a este lamentável episódio, sobretudo em um momento no qual o número de casos da doença segue em alta no Brasil e no mundo.

A TAESA ressalta que segue respeitando o isolamento e as mais rigorosas regras de prevenção ao coronavírus e que a empregada em questão desrespeitou a política vigente na empresa. Diante dos fatos expostos, a TAESA decidiu por sua imediata demissão.

Anonymous divulga dados e liga Flávio Bolsonaro ao assassinato de Marielle

Grupo de hackers divulgou dados pessoais de Ronnie Lessa, Élcio de Queiroz e outras pessoas. Além disso, eles publicaram que o presidente Jair Bolsonaro tirou R$ 83 milhões do Bolsa Família e transferiu para uso publicitário do Planalto

O grupo de hackers Anonymous Brasil liberou na madrugada desta quinta-feira dados sobre “a verdade” do caso Marielle Franco. As informações foram compartilhadas por volta de 00h30 no horário de Brasília em um link e apontam para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) como mandante do crime. Informações pessoais de pessoas confirmadas e outras supostamente envolvidas na morte da vereadora do Rio de Janeiro estão disponíveis, como CPF, número de cartão de crédito, filiação, telefones e endereço.

“Não queremos trazer notícias não verdadeiras, não somos nenhum grupo iniciante e nem estamos com o propósito de fama, diferente de todos os grupos brasileiros, aqui nós apuramos os fatos e trazemos conforto e conhecimento sobre o que estão nos escondendo, aqui nós apoiamos todos, nós? Somos negros, asiáticos, judeus, muçulmanos, lgbt, e toda classe oprimida e desfavorecida! Vocês não estão sozinhos, estamos com vocês”, diz o início do texto de esclarecimento que antecipa uma série de links e vídeos sobre como funcionou o suposto planejamento da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O grupo de hackers apontou para Flávio Bolsonaro como o integrante da família presidencial que atua junto com a milícia. Um link de apoio redirecionado para um suposto documento da Câmara, do deputado Rogério Correia (PT-MG), que pede uma investigação especial para apurar as ações criminosas das milícias do Rio de Janeiro. Contudo, não consta no requerimento o número de emissão e a data, apenas o mês de fevereiro do ano de 2019 ao final do suposto documento.

“Estamos cansados, o povo clama por ajuda, será que poderíamos visualizar com mais profundidade e com mais precisão o caso do presidente? O que o senhor acha Presidente? Talvez surja provas que seu filho é corrupto, talvez esse ano, a favela vai se revoltar, policiais estão abusando de poder, e o sistema deixa!”, disse em mensagem os hackers, que reafirmou que a direita está “propícia a ser fascista”.
Apesar de serem contra Bolsonaro, o Anonymous voltou a reforçar que são apartidários em busca de “justiça” pelas minorias. “Isso não é sobre ser de esquerda ou de direita, afinal somos contra qualquer sistema político”.

Nesta nova exposição de dados, foram divulgadas informações sobre de Ronnie Lessa e a esposa, Elaine Pereira Figueiredo, Elcio Vieira de Queiroz, Alexandre Motta de Souza, Rodrigo Jorge Ferreira, Camila Moreira, apontada como advogada que “atrapalhou as investigações”, Bruno Pereira Figueiredo, cunahdo de Ronnie Lessa, José Márcio Mantovano e Josinaldo Lucas Freitas, que seriam amigos de Ronnie e “ocultaram armas”.

“Conclusão? Parece que a família bolsonaro é a mandante. Também parece que agora temos vários motivos para duvidar da postura do nosso querido presidente! #MarielleVIVE”, finalizou a postagem do grupo que se autodenomina Anonymous Brasil.

Grupo também mostrou que o presidente Jair Bolsonaro tirou R$ 83 milhões do Bolsa Família e transferiu para uso publicitário do Planalto

Além do caso do assassinato de Marielle Franco, o grupo Anonymous divulgou que em meio a pandemia o Presidente Jair Bolsonaro tira 83 milhões de reais do bolsa família destinado a pessoas que vivem na extrema pobreza, para comunicação publicitária do Planalto.

Instituto entra com ação no Supremo e na ONU para que porteiro seja inserido no programa de proteção a testemunha

Ação impetrada no Supremo pelo Instituto Anjos da Liberdade pede que o porteiro do condomínio do presidente  Bolsonaro seja inserido no programa de proteção a testemunha e que seja invalidado ato administrativo de coerção a testemunha. Dirigente do PSOL em Itaguaí, Chris Gerardo relata que é co-autora da denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro 

RELEASE SOBRE AS AÇÕES INSTITUCIONAIS NO CASO BOLSONARO

O Instituto Anjos da Liberdade – IAL – Organização Não Governamental em Defesa dos Direitos Humanos vem, por meio de sua diretoria, a partir do pronunciamento do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro que, reagindo a matéria veiculada no dia 29/10/2019 no Jornal Nacional, na Rede Globo de televisão, sobre sua suposta ligação com os acusados pelo assassinato da Vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson, prestou declarações grosseiras que violam as mais basilares regras de direito constitucional.

No teor de suas explanações verifica-se que o Ministério da Justiça está subordinado diretamente aos mandos presidenciais e, no uso dessa hierarquia institucional, o presidente exigiu que o ministro da justiça tomasse o depoimento do porteiro em razão de que o depoimento anterior seria “montado” para prejudicá-lo. Pior ainda é o presidente ter afirmado que o Delegado poderia ter escrito o que quisesse e o porteiro só assinou sem ler. O presidente se diz vítima de um complô e, ao invés de utilizar-se dos mecanismos judiciais pertinentes, usa do aparelhamento institucional para apuração dos fatos.

Noutro giro, partindo-se da premissa da idoneidade da polícia judiciária, e do princípio da confiança que rege o poder institucional, devemos considerar que o porteiro esteja sendo honesto em seu depoimento e, por consequência, uma pressão presidencial para apuração daquilo que já sabe ser verdade pode fazer com que esta “desapareça”para, em seu lugar, uma verdade mais palatável surja isentando, de fato, aqueles que podem ter responsabilidade direta/indireta com mando de um crime que assolou a democracia no País.

Sopesando todos os fatores e, considerando a berlinda dos preceitos constitucionais, este instituto tem total interesse em que prevaleça a verdade real que deve ser pautada pela prudência e respeitando-se a parte mais vulnerável na investigação, qual seja, a testemunha, que presta relevante papel na elucidação dos fatos, sem interesse na causa. No caso em exame cuida-se de um PORTEIRO, vulnerável por sua condição, no contexto de uma ação que envolve o mandatário máximo do país.

Diante de tais fatos que atingiram sobremaneira não só o direito mas, principalmente, a soberania da independência dos poderes este Instituto toma as seguintes medidas:

1- Representar junto ao Senhor Davi Kaye, Relator Especial das Nações Unidas para a Promoção do Direito à Liberdade de Opinião e de Expressão, no sentido de solicitar o acompanhamento dessa Organização frente as perigosíssimas ameaças ao fundamental direito de Liberdade de Expressão feitas pelo Presidente Brasileiro (em anexo).

2- Peticionar a Senhora Michelle Bachelett – Alta Comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, solicitando envio de Representante da Alta Comissária que acompanhe in locu, as explicitas ameaças de uso de processos administrativos contra as Organizações Globo visando encerrar as atividades desta , que independente do mérito ou orientação ideológica, não pode sofrer tão graves ameaças sem com isto ferir Direitos Fundamentais de toda nossa cidadania (em anexo).

3- Peticionar a Ministra Damares Alves – Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e ao Governo do Estado do Rio de Janeiro e do Sr. Governador Wilson Witzel, como co-gestor do PROGRAMA DE PROTEÇÃO À TESTEMUNHA, no sentido de garantir a inserção do Porteiro do Condomínio Vivendas da Barra no Programa, que irá resguardá-lo de eventuais abusos e pressões nada republicanas.

4-Interpor medida cautelar junto ao STF para assegurar que a testemunha seja ouvida tão somente pela autoridade judiciária e policial competente para a apuração do crime.

Com efeito, o crime de homicídio que vitimou a parlamentar é da competência da justiça estadual, sendo da delegacia de homicídios a atribuição investigatória. A questão ventilada acerca de eventual crime praticado contra o presidente da república no curso da investigação, que importaria em denunciação caluniosa, não teria o condão de avocar a competência da polícia federal. Aliás, na conjuntura de uma eventual imputação de crime comum ao presidente da república, seria do STF a competência para processar e julgar a ação. Não se pode, por obvio, atribuir a ministério sob seu comando hierárquico a condução de eventual investigação sob pena de SUBVERTER A MORALIDADE e a CONFIABILIDADE de tal investigação.

Por outro lado, eventual ato administrativo praticado pelo delegado, tal como mencionado pelo Senhor Presidente, deve antes ser apurado pela corregedoria de polícia civil do estado do Rio de Janeiro.

A iniciativa do Instituto Anjos da Liberdade se soma ao repúdio frente aos ataques proferidos através do vídeo do Presidente na Internet, onde se configuram vários crimes comuns, mas que por serem de autoria da Autoridade Máxima da Nação devem ser analisados pelo Supremo Tribunal Federal.

Diante da gravidade da situação que no contexto do assassinato de uma parlamentar, se soma à fortes evidências que ligam o crime a casa do Presidente da República, num contexto de as ameaças a Imprensa, de pressão contra o denunciante e o claro ataque ao Estado Democrático de Direito, o Instituto Anjos da Liberdade vem ocupar a trincheira de uma Frente Ampla que deve se formar no País no sentido de não permitir que nossas Instituições Democráticas sejam vulnerabilizadas.

Clique e leia abaixo a íntegra dos pedidos ao Supremo Tribunal Federal e à Organização das Nações Unidas

ONU DAVID KAYE RELATORIA DE LIBERDADE DE EXPRESSÃO

ONU ALTO COMISSARIADO

Bolsonaro diz que Witzel lhe contou no dia 9 de outubro sobre o envolvimento no caso Marielle

O que Itaguaí tem a ver com as investigações do assassinato de Marielle Franco citação à Jair Bolsonaro e Wilson Witzel? Entenda…

No dia do crime, um dos suspeitos da morte da vereadora, Elcio Queiroz, visitou outro suspeito, Ronnie Lessa, que mora no mesmo condomínio de Bolsonaro. Porteiro relatou à polícia que o visitante disse que iria à casa do então deputado. A Câmara dos Deputados registrou que Bolsonaro estava em Brasília nesse dia.

Por G1

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quarta-feira (30) que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), contou a ele em 9 de outubro que o porteiro do Condomínio Vivendas da Barra citou o nome do presidente da República em depoimento nas investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Bolsonaro tem casa no condomínio onde mora Ronnie Lessa, suspeito dos assassinatos.

O Jornal Nacional revelou, na terça (29), que o porteiro contou à polícia que horas antes do crime, em 14 de março, outro suspeito, Elcio Vieira de Queiroz, disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro. O porteiro ligou para a casa de Bolsonaro e obteve autorização para a entrada de Elcio. Ele confirmou em dois depoimentos que identificou a voz de quem atendeu como sendo a do “Seu Jair”.

Os registros de presença da Câmara dos Deputados mostram que Bolsonaro estava em Brasília no dia. Como o nome do presidente foi citado, a lei obriga que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise o caso.

Ainda na noite de terça-feira (29), horas após a revelação feita pelo JN, Bolsonaro culpou Witzel por repassar as informações à imprensa, o que o governador nega. A Polícia Civil divulgou nota negando que Witzel tenha tido acesso ao processo (veja íntegra mais abaixo).

Na manhã desta quarta, em entrevista a jornalistas em Riad (Arábia Saudita), o presidente voltou fazer a afirmação, e disse que o governador do Rio de Janeiro já havia lhe contado sobre o depoimento do porteiro, em um evento no Clube Naval do Rio de Janeiro, há 21 dias.

“Deixar bem claro também: dia 9 de outubro, às 21h, eu estava no Clube Naval no Rio de Janeiro, quando chegou o governador Witzel […]. Chegou perto de mim e falou o seguinte: ‘O processo tá no Supremo’. Eu falei: ‘que processo?’ ‘O processo da Marielle.’ ‘Que que eu tenho a ver com a Marielle?’ ‘O porteiro citou teu nome.’ Ou seja, Witzel sabia do processo, que estava em segredo de Justiça. Comentou comigo”, afirmou o presidente.

“Vem de encontro aqui o que fala o Robson Bonin, do Radar da ‘Veja’. No meu entendimento, o senhor Witzel estava conduzindo o processo com o delegado da Polícia Civil pra tentar me incriminar ou pelo menos manchar o meu nome com essa falsa acusação, que eu poderia estar envolvido na morte da senhora Marielle.”

O evento no Clube Naval citado por Bolsonaro não consta da agenda oficial do presidente. Naquele dia, a agenda previa uma reunião às 17h30 com os ministros e, por volta das 21h, ele deixou um evento no Clube do Exército em Brasília.
A agenda pública de Wilson não está disponível no site do governo do RJ. Bolsonaro e Witzel estiveram juntos em um evento da Marinha dois dias depois, na tarde de 11 de outubro em Itaguaí, no estado do Rio.

Na noite de terça, Witzel já havia divulgado uma nota negando interferência política nas investigações (veja íntegra mais abaixo). Nesta quarta, o governador voltou a falar sobre o caso:

“Jamais vazei qualquer tipo de informação, seja como magistrado, seja como governador. Eu lamento que o presidente tenha, no momento, talvez de descontrole emocional, no momento em que ele está numa viagem, não está, talvez, no seu estado normal, tenha feito acusações contra a minha atividade como governador.”

Witzel disse ainda que não manipula o Ministério Público ou a Polícia Civil, e chamou as acusações contra ele de “levianas”. Também negou ter tido acesso a documentos do processo e que, se há suspeita de vazamento, quem deve tomar as providências é a Polícia Federal. “Desafio quem quer que seja a provar que eu vazei qualquer tipo de documento […]. Peço à PF que investigue, porque se houve vazamento, certamente, em absoluto, não foi da minha parte”, disse o governador.

Novos ataques à Globo

Algumas horas após a divulgação da reportagem do Jornal Nacional, Bolsonaro ofendeu a TV Globo em uma transmissão pela internet. Nesta quarta, a repórter Delis Ortiz, da TV Globo, questionou o presidente sobre o assunto: “Quando o senhor recebe essa notícia mostrando a contradição de que o senhor estava em Brasília, embora o porteiro dissesse que estava sendo chamado pela pessoa que foi pro condomínio, isso não é equilibrado?”
“O porteiro ou se equivocou, ou não leu o que assinou”, respondeu Bolsonaro. “Pode o delegado ter feito… tomado a termo… escrito o que bem entendeu ali, e o porteiro, uma pessoa humilde, né, acabou assinando embaixo. Isso pode ter acontecido”, disse.
“Estou conversando com o ministro da Justiça o que pode ser feito para tomar, via Polícia Federal, o depoimento novamente desse porteiro. Agora pela PF, para esclarecer de fato. De modo que esse fantasma que querem botar no meu colo como possível mentor da morte de Marielle seja enterrado de vez.”

A repórter Delis Ortiz insiste na pergunta: “Presidente, o que eu quero me referir é que a matéria dá exatamente essa contradição do depoimento. Isso não é um texto equilibrado, na medida em que mostra a incoerência do depoimento?”
“Primeiro, a TV Globo teve acesso a um processo que tá em segredo de justiça. Ponto final. A Globo diz que teve acesso à papeleta que diz lá do horário que as pessoas entraram no condomínio. Mentira da Globo. Teve acesso ao processo. Isso está dentro do processo. Resolveram se resguardar dizendo que teve acesso à planilha apenas. Ou seja, não é de hoje que o sistema Globo me persegue, persegue a minha família, persegue aqueles que tão do meu lado. É isso que vem acontecendo. A Globo quer destruir Jair Bolsonaro, que acabou com a mamata da TV Globo de faturar bilhões por ano com propaganda oficial do governo.”

Em relação aos novos ataques do presidente à Globo, a emissora divulgou nova nota:

“A Globo reitera que teve acesso ao livro da portaria e, como deixa claro a reportagem, informou-se com múltiplas fontes sobre o conteúdo do depoimento do porteiro. Não mentiu. Dada a relevância dos fatos, a Globo cumpriu a sua obrigação de informar o público, revelando o que disse o porteiro e todas as suas contradições, que ela própria apurou. A Globo não tem nenhum objetivo de destruir quem quer que seja, mas é independente para informar com serenidade todos os fatos, mesmo aqueles que possam irritar as autoridades. E assim pode agir, justamente porque não depende nem nunca dependeu de verbas de governos, embora a propaganda oficial seja legítima e legal.”

Nota da Polícia Civil do RJ

Veja íntegra da nota da Polícia Civil do Rio de Janeiro, divulgada na manhã desta quarta:
“A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro é uma instituição de estado, não de governo, com 211 anos de serviços prestados à sociedade fluminense. Todas as investigações são conduzidas com absoluta imparcialidade, técnica e observância à legislação em vigor.
O governador Wilson Witzel não interfere na apuração dos homicídios de Marielle e Anderson nem teve acesso aos documentos do procedimento investigativo, assim como em quaisquer outras investigações.
A Polícia Civil reafirma que a investigação desse caso é conduzida com sigilo, isenção e rigor técnico pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), sempre em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.”

Nota de Witzel

Mais cedo, governo do RJ enviou a seguinte nota:
“Lamento profundamente a manifestação intempestiva do presidente Jair Bolsonaro. Ressalto que jamais houve qualquer tipo de interferência política nas investigações conduzidas pelo Ministério Público e a cargo da Polícia Civil. Em meu governo, as instituições funcionam plenamente e o respeito à lei rege todas nossas ações. Não transitamos no terreno da ilegalidade, não compactuo com vazamentos à imprensa. Não farei como fizeram comigo, prejulgar e condenar sem provas”, diz a nota.

“Hoje, fui atacado injustamente. Ainda assim, defenderei, como fiz durante os anos em que exerci a Magistratura, o equilíbrio e o bom senso nas relações pessoais e institucionais. Fui eleito sob a bandeira da ética, da moralidade e do combate à corrupção. E deste caminho não me afastarei”, continua a nota de Witzel.

G1. Foto de capa evento de entrega de submarino em Itaguaí em 11 de outubro de 2019.

Citação a Bolsonaro pode levar caso Marielle ao STF

Segundo Jornal Nacional, um dos envolvidos na morte da vereadora anunciou na portaria que iria para casa de Bolsonaro, mas foi para a de Ronnie Lessa

A Polícia Civil do Rio de Janeiro teve acesso ao caderno de visitas do condomínio Vivendas da Barra, na Zona Oeste do Rio, onde têm casa o presidente Jair Bolsonaro e o ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado da morte da vereadora Marielle Franco. No dia 14 março de 2018, horas antes do crime, o ex-PM Élcio Queiroz, outro suspeito do crime, anunciou na portaria do condomínio que iria visitar Jair Bolsonaro e acabou indo até a casa de Lessa, informou o Jornal Nacional nesta terça-feira.

O caderno de registros do condomínio informa que, às 17h10 no dia do crime, uma pessoa de nome Élcio com um Logan cor prata anunciou que iria até a casa número 58, que pertence ao presidente Jair Bolsonaro. No condomínio, também mora o filho Carlos Bolsonaro na casa 36.

À polícia, o porteiro declarou que ligou para a casa 58. E que uma pessoa que se identificou como “seu Jair” liberou a entrada de Queiroz. O suspeito, no entanto, foi até a casa 66, onde mora Ronnie Lessa. O porteiro, então, telefonou novamente, e o mesmo “Seu Jair” anunciou que sabia para onde ele estava indo.

Lessa é acusado pela polícia de ser o autor dos disparos que mataram Marielle e Queiroz, de ser o motorista do carro que levava o matador.

Segundo o jornal, a citação a Bolsonaro pode levar a investigação da morte de Marielle ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo fato de o presidente ter foro privilegiado – na época, ele era deputado federal.

Conforme a reportagem, no dia da visita, Bolsonaro estava em Brasília e não em sua casa no Rio de Janeiro. Ele registrou a presença em duas votações.

Fonte: Revista Veja