O movimento é formado por cerca de 500 famílias, vindas da Baixada Fluminense e de bairros da Zona Oeste da capital, além de muitos de Itaguaí. A organização também vai contra a política de reajustes dos preços dos combustíveis e pela falta de vacinas contra a Covid-19
Em 06 de maio de 2021 às 21:15 e atualizado às 22:00 / Júlio Andrade
Itaguaí – Desde o último sábado (1º), Dia do Trabalhador, uma ocupação urbana está sendo construída em terreno em desuso da Petrobras, localizado em Itaguaí. O movimento é formado por cerca de 500 famílias, vindas da Baixada Fluminense e de bairros da Zona Oeste da capital, além de Itaguaí.
Batizada de “Acampamento de Refugiados Primeiro de Maio”, a ocupação está sendo organizada pelo Movimento do Povo, com o apoio da Federação Única dos Petroleiros (FUP), do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) , do diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) de Itaguaí, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Central Única das Favelas (Cufa), entre outras organizações sociais e movimentos sindicais.
De acordo com Eric Vermelho, uma das lideranças locais e membro do Movimento do Povo, a ocupação tem se expandido nos últimos dias e conquistado apoio dos moradores da cidade.
“Nós salvamos essa terra, que estava cedida para criadores de boi e também utilizada há alguns meses de aterro sanitário clandestino. Eles tiravam a terra boa, jogavam lixo doméstico e, depois, a lama do rio para cobrir. Ou seja, estavam degradando todo o solo e contaminando o local com os resíduos. Estamos tomando as providências para fazer a denúncia”, explicou ele.
Nosso blog pôde constatar que pelo menos 500 famílias já ocupam o local. Ouvimos testemunhos de dezenas de pessoas sobre a dificuldade de amparo das políticas públicas do País e na falta de oportunidades de emprego, o que culmina nessa necessidade básica de moradia. De crianças a idosos, o local retrata claramente a dor de quem já tentou de tudo para ser reconhecido, mas o preconceito e a falência de toda a política nacional de desenvolvimento segrega cada vez mais boa parte da população mais carente, ainda mais durante a pandemia.
As famílias necessitam de doações. Quem puder contribuir basta procurar por Erik. As maiores necessidades são alimentos e lonas para as barracas feitas de bambu.
Protesto
A ocupação foi organizada como um protesto contra a falta de moradia, de comida e de vacina da covid-19, segundo a FUP informou em nota. Também contra a política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras, baseada no Preço de Paridade de Importação (PPI).
“Essa mobilização quer chamar atenção da sociedade para a importância da Petrobras e denunciar a política covarde de reajustes dos combustíveis que a gestão da empresa aplica desde 2016, com apoio do governo federal. Nessa crise social e econômica provocada pela pandemia, muita gente está usando lenha e álcool para cozinhar, isso quando tem comida, porque o gás de cozinha está caríssimo. Quem lucra com isso são os acionistas da Petrobras e quem está pagando a conta é a população mais pobre, o trabalhador e a trabalhadora”, explica Alessandro Trindade, diretor do Sindipetro-NF.
Polo não saiu do papel
O local escolhido para a ocupação fica em frente ao antigo Boteco Cadena, no bairro Ponte Preta – na avenida Deputado Octávio Cabral, em Itaguaí. O terreno seria utilizado para instalar o Polo Petroquímico e a Zona de Processamento e Exportação da cidade, no entanto, o projeto nunca saiu do papel.
O polo foi planejado pelo governador do estado do Rio de Janeiro, Moreira Franco, em parceria com a Petrobras, em 1986. Através de um decreto, o então presidente Sarney estabeleceu Itaguaí como a sede. A pedra fundamental da obra chegou a ser lançada, com licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e todos os estudos de impacto necessários a uma obra desse porte.
Procurada, a assessoria da Petrobras não respondeu aos questionamentos sobre o uso do terreno e o porquê de os projetos não terem sido operacionalizados até hoje.
Em nota, a petroleira apenas disse que “confirma que o terreno pertence à companhia e que está adotando as medidas cabíveis para reintegração da área”.
Trindade, diretor do Sindipetro-NF, rebate argumentando que o terreno pertence à Petrobras e, portanto, à União. “É um terreno da Petrobras e, portanto, da União. Logo, é um terreno do povo brasileiro, por isso criamos esse acampamento aqui. Em vez de as pessoas morarem na rua, elas têm de ter acesso a terra e comida”, conclui.
Com Brasil de fato.
Atualização.
Logo após a publicação da matéria, fomos informados que um oficial de justiça foi ao local da ocupação para entregar uma intimação de desapropriação do terreno por parte das famílias. Na última segunda-feira havia sido negado pela justiça em plantão noturno a ação de deputados que solicitavam a saída das famílias carentes.
estas pessoas na sua maioria , ja possuem imoveis em outros lugares … estao vindo de residencias em torno … onde por detras tem o apoio de ativistas esquerdopatas … nao representam o cidaao de bem … se revesam trazendo crianças .. para intimidação… se fizer uma triagem destas pessoas , logo se verifica isto ….ato de vergonha … e cumplicidalidade com gente sem compromisso com a decencia e trabalho de verdade …
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Isso que esta acontecendo devido o descaso dos governantes passados como SARNEI O CRA QUE MANDA NO MARANHÃO
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