O que era aquilo no céu em pleno dia das mães?
Neste último domingo (10) que passou, dia das mães, luzes no céu despertaram a imaginação de muita gente. Alguns achavam que eram os tão falados disco voadores, OVNIs. Já para alguns era o anúncio do fim do mundo. Contudo eram apenas satélites.
Recentemente, a terceira frota de satélites Starlink foi lançada ao espaço. Ao todo, 60 minissatélites alcançaram a órbita e se preparam a subida a um ponto específico para se juntar aos 122 que já se encontram posicionados. Agora, os satélites recém-lançados de Elon Musk passam pelo Brasil e podem ser vistos em determinados horários.
Esses satélites estão passando duas vezes por dia sobre o Brasil. O fenômeno ocorre no início da manhã e no começo da noite geralmente.
No entanto, a visibilidade dos satélites pode ser afetada por condições climáticas como chuvas e nuvens. Para quem não conseguir ver o fenômeno ao vivo, é possível observá-lo por meio de calculadoras astronômicas, como é o caso do site N2yo.
As condições ideais para a visualização são durante períodos escuros, longe de nuvens e poluição. O que se vê no céu é uma espécie de cordão com pequenos pontos luminosos. A explicação para isso é que a luz do Sol é refletida na estrutura dos aparelhos, por esse motivo eles ficam iluminados.
Normalmente, os dispositivos ficam de um a quatro meses em órbita baixa para que a SpaceX realize testes com o objetivo de verificar se tudo está funcionando de forma correta. Eles poderão ser vistos juntos de uma a quatro semanas já que, após esse tempo, começam a se separar.
O número de satélites Starlink lançados pela SpaceX já é de mais de 420 — por enquanto. O projeto tem autorização para lançar 30 mil unidades, mas esse número pode subir para 42 mil, de acordo com os planos da empresa de Elon Musk.
Com isso, o objetivo é fornecer internet banda larga de alta velocidade e baixa latência a todo o planeta, incluindo áreas remotas onde, hoje, não há esse tipo de conexão. Contudo, as centenas de satélites já lançados vêm causando bastante controvérsia no meio científico, pois sua reflexividade faz com que os objetos apareçam no céu noturno, prejudicando observações astronômicas. Por isso, a empresa recentemente anunciou novas medidas que testará, a partir do lançamento de junho deste ano, para resolver o problema.
Mas, se deixarmos essa polêmica de lado, podemos focar no outro lado do brilho dos Starlink, que é a admiração das pessoas que veem suas passagens no céu noturno.
Então, se você também viu pontos brilhantes se movimentando de maneira incomum pelo céu, mantenha a calma, pois não são OVNIs! São apenas os satélites Starlink que ainda refletem luz solar o suficiente para serem avistados a olho nu.
Passagem pelo Brasil
Essa não é a primeira vez que um dos lançamentos de satélites da Starlink é visualizada por aqui. Em novembro do ano passado, o fotógrafo Egon Filter, de Porto Alegre, conseguiu uma foto de um campo de girassóis no Rio Grande do Sul em que era possível visualizar perfeitamente o conjunto de satélites.
Na Holanda, Marco Langbroek, arqueologista e astrônomo amador, conseguiu captar o momento exato em que o “cordão” de dispositivos se movimentava pelo céu ainda no ano passado com um outro conjunto de satélites da mesma empresa.
Com esse lançamento, a SpaceX se tornou a maior operadora de satélites do mundo, com 180 dispositivos do tipo no espaço. A empresa quer enviar 60 deles a cada duas semanas pelos próximos anos.
O plano de Elon Musk é criar uma constelação de 42 mil satélites para levar internet mais barata e eficiente para locais do mundo onde antenas normais não alcançam. O plano é que o fornecimento de sinal comece no fim de 2020.
Com Canaltech e Olhar Digital