Maioria vota à favor do processo de impeachment de Dilma e decisão agora vai para o senado federal


17/04/2016 às 23:07 e atualizada 18/04/2016 às 00:25

Em uma sessão histórica, ainda mais por ser em um domingo e transmitido em rede nacional por canais abertos, os deputados votaram em sua maioria pela continuidade do processo de impedimento que pode cassar o mandato da presidente Dilma Rousseff. O número mínimo de 342 votos à favor do impedimento foi obtido após o voto do parlamentar Bruno Araújo (PSDB/PE), exatamente às 23 horas e 7 minutos deste domingo(17). O fim da sessão ocorreu às 23:45, com 367 votos à favor, 137 contra com 7 abstenções e 2 ausências. O processo agora segue para o senado federal. Lá uma comissão será criada e seus integrantes terão prazo de 10 dias para emitir um parecer, que será levado a votação em plenário. A contabilidade indica que já há votos suficientes para dar prosseguimento ao impedimento da presidente petista. Levantamento junto aos senadores aponta 44 favoráveis ao impeachment, 18 contrários e 19 indecisos. O número supera a maioria simples da Casa (41 senadores) e determinaria o afastamento de Dilma Rousseff por 180 dias. A votação final, para destituir a presidente, requer dois terços do Senado, ou seja, pelo menos 54 parlamentares. Em qualquer das votações, se o número de votos não for atingido, estará extinto o processo.

Caso a maioria simples no Senado seja obtida, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumirá o cargo com o afastamento da titular. A votação decisiva será comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Em caso de absolvição, Dilma reassume o mandato de imediato. Porém, se for condenada, é automaticamente destituída e o vice, Michel Temer, responderá pela presidência da República até o final do mandato. Dilma Roussef, neste cenário, fica oito anos sem poder exercer cargos públicos.

 

Sessão acalorada

Como não poderia ser diferente, a sessão contou com discursos acalorados de deputados à favor e contra o processo. Eduardo Cunha, que é acusado de diversos crimes de corrupção entre eles recebimento de propinas no escândalo da Petrobrás, foi alvo de duras criticas de seus colegas por estar à frente da sessão.

Uma faixa atrás do presidente da câmara com os dizeres “fora Cunha” foi retirada a mando do chefe da câmara federal. A faixa simbolizou a hostilidade de diversos deputados contra Cunha.

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Deputado cospe em colega

Logo após dar seu voto contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) cuspiu em Jair Bolsonaro (PSC-RJ). A agressão foi vista por parlamentares e registrada em vídeo que circula pelo Twitter.


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Ao dar seu voto, Wyllys chamou parlamentares que apoiam o processo contra a presidente de “canalhas”. Houve um princípio de confusão. Ao passar perto de Bolsonaro, o parlamentar do PSOL inclinou-se para cospir.

 

Parlamentares seguraram os dois deputados, que pareciam trocar ofensas.

 

Bolsonaro votou “sim” pela admissibilidade do impeachment.

 

Bolsonaro falou sobre o incidente:

 

— Eu não fiz nada. Ele se virou pra mim e deu uma cusparada. Ele me agrediu sem motivo. Falta de respeito. Vocês savem. Ele tem projetos para criança de 12 anos “cortar o piu-piu”.

 

Perguntado se iria processar Jean Wyllys, Bolsonaro disse que “não sabe”:

 

— Ele [Willys] disse que vai sair do País se o impeachment passar. Como eu vou processar um cara desses?

 

Deputado de Itaguaí Alexandre Valle vota à favor do processo

 

Por que Dilma está sofrendo processo de impeachment?

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Autor do parecer do impeachment de Dilma Rousseff, o deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO) considerou que há indícios de crime de responsabilidade com base em dois aspectos: primeiro, a emissão, pela presidenta, de seis decretos de crédito suplementar em 2015; e, ainda, pedalada fiscal (operação de crédito que considera irregular) naquele mesmo ano. Acusações da Operação Lava Jato e as pedaladas fiscais não fazem parte do relatório do deputado, mas ele sugeriu que o Senado pode decidir incluí-las no processo. O governo contesta. A pedalada fiscal é considerada operação atípica, não prevista na legislação, utilizada para ‘maquiar’ o resultado das contas públicas.

 

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